segunda-feira, 19 de maio de 2025

Lista de compositores/obras por ordem alfabética e ligações para as páginas correspondentes:


Bach (Johann Sebastien): Concertos de Brandeburgo

Barber: Concerto para violino

Bartók: Concerto para Orquestra

Beethoven: Concerto para piano nº 5, "Imperador"

Beethoven: Sinfonia nº 5

Beethoven: Sinfonia nº 6, "Pastorale"

Beethoven: Sinfonia nº 7

Beethoven: Sinfonia nº 9, "Coral"

Berlioz: Harold em Itália

Berlioz: Sinfonia Fantástica

Brahms: Concerto para violino

Brahms: Concerto duplo para violino e violoncelo

Brahms: Sinfonia nº 3

Britten: Quatro interlúdios de Peter Grimes

Britten: Serenata para tenor, trompa e cordas

Bruch: Concerto para violino nº 1

Bruckner: Sinfonia nº 4, "Romântica"

Bruckner: Sinfonia nº 7

Bruckner: Sinfonia nº 8

Bruckner: Sinfonia nº 9

Chopin: Concerto para piano nº 1

Chopin: Concerto para piano nº 2

Copland: Appalachian Spring

Copland: Concerto para clarinete

Debussy: Images

Debussy: La Mer

Debussy: Nocturnes

Debussy: Prélude à l'après-midi d'un faune

Dvorák: Concerto para violoncelo

Dvorák: Danças eslavas

Dvorák: Sinfonia nº 9, "Do Novo Mundo"

Elgar: Concerto para violoncelo

Elgar: Variações Enigma

Falla: Noites nos jardins de Espanha

Falla: O amor bruxo

Gershwin: Rhapsody in Blue

Gershwin: Um Americano em Paris

Grieg: Peer Gynt

Händel: Música Aquática

Händel: Música para os Reais Fogos de Artifício

Händel: O Messias

Haydn: Concerto para violoncelo nº 1

Holst: Os Planetas

Janácek: Sinfonietta

Kodály: Danças de Galánta

Kodály: Háry János

Mahler: A Canção da Terra

Mahler: Sinfonia nº 1

Mahler: Sinfonia nº 2, "Ressurreição"

Mahler: Sinfonia nº 4

Mahler: Sinfonia nº 5

Mendelssohn: Concerto para violino

Mendelssohn: Sinfonia nº 3, "Escocesa"

Mendelssohn: Sinfonia nº 4, "Italiana"

Mendelssohn: Um sonho de uma noite de Verão

Mozart: Concerto para clarinete

Mozart: Concertos para trompa

Mozart: Requiem

Mozart: Sinfonia concertante para violino e viola

Mussorgsky: Quadros de uma exposição

Mussorgsky: Uma noite no Monte Calvo

Orff: Carmina Burana

Prokofiev: Concerto para violino nº 2

Prokofiev: Pedro e o Lobo

Prokofiev: Romeu e Julieta

Prokofiev: Sinfonia nº 1, "Clássica"

Rachmaninov: Concerto para piano nº 2

Rachmaninov: Rapsódia sobre um tema de Paganini

Rachmaninov: Sinfonia nº 2

Ravel: Alborada del gracioso

Ravel: Bolero

Ravel: Daphnis e Chloé

Ravel: La Valse

Ravel: Le Tombeau de Couperin

Ravel: Ma Mère l'Oye

Ravel: Pavane pour une Infante défunte

Ravel: Rapsodia española

Respighi: Festivais Romanos

Respighi: Fontes de Roma

Respighi: Pinheiros de Roma

Rimsky-Korsakov: Scheherazade

Rutter: Requiem

Saint-Saëns: Sinfonia nº 3, "Órgão"

Schubert: Sinfonia nº 8, "Incompleta"

Schumann: Concerto para violoncelo

Schumann: Sinfonia nº 2

Shostakovich: Sinfonia nº 5

Sibelius: Concerto para violino

Sibelius: Sinfonia nº 2

Sibelius: Sinfonia nº 5

Smetana: A minha Pátria

Strauss (Richard): As alegres travessuras de Till Eulenspiegel

Strauss (Richard): Assim falava Zaratustra

Strauss (Richard): Don Juan

Strauss (Richard): Morte e Transfiguração

Strauss (Richard): Quatro últimas canções

Strauss (Richard): Sinfonia Alpina

Strauss (Richard): Uma vida de Herói

Stravinsky: A Sagração da Primavera

Stravinsky: O Pássaro de Fogo

Tchaikovsky: Concerto para piano nº 1

Tchaikovsky: Concerto para violino

Tchaikovsky: O lago dos cisnes

Tchaikovsky: Sinfonia nº 5

Tchaikovsky: Sinfonia nº 6, "Patética"

Vaughan Williams: Fantasia sobre um tema de Thomas Tallis

Vaughan Williams: Sinfonia nº 1, "Uma Sinfonia do Mar"

Vaughan Williams: Sinfonia nº 3, "Pastoral"

Vaughan Williams: Sinfonia nº 5

Vaughan Williams: The Lark Ascending

Verdi: Requiem

Vivaldi: As quatro estações

Wagner: Aberturas e prelúdios

 

90. R. Strauss: Morte e Transfiguração, As alegres travessuras de Till Eulenspiegel |

"Morte e Transfiguração" e "As alegres travessuras de Till Eulenspiegel": duas vidas recitadas há última hora, com poemas de Richard Strauss. 






Agradeço-te Divino, por este meio século de histórias.
Sabes que gosto de brincar... quando o assunto não é sério.
Concede-me que cante outro tanto... se eu ainda gostar de brincar.



(PS1. Ouvi estas obras algumas vezes ao vivo, algumas encheram-me as medidas, outras foram uma desilusão, mas houve uma que me fez realmente vibrar. Foi no dia 21 de Abril de 2018, no CCB, em Lisboa. Aqueles jovens músicos da JOP deram o que tinham e o que não tinham naquele Till. O pai, a mãe e o mais novo estavam na plateia. O mais velho estava no palco. Éramos os quatro ali, naquela estante do violoncelo.)

(PS 2.O bónus veio depois, com aquela troca de palavras com o mestre António Vitorino de Almeida.)





É facilmente compreensível que a aproximação consciente de um ser humano ao meio século de idade seja um motivo de celebração tão bom como qualquer outro, se não mesmo melhor, pelo que não poderia deixar de o assinalar quando chegasse a minha vez. Neste sentido, e como já deverão ter adivinhado, a reflexão procurará ser, desta vez, uma celebração de mim; uma atitude narcisista, por certo, embora de pouca monta, se considerarmos que aguardou noventa artigos para dar sinais de vida.
Decisão tomada, falta agora a música que sugira um pouco daquilo que sou e do que fiz, de onde vim e para onde penso ir. "- Isso já é mais difícil!", dirão vocês, logo após perceberem que o leque à escolha se reduziu bastante com a abstinência das cento e onze obras (uma capicua que vem a propósito, tratando-se de justificar um evento comemorativo) já auscultadas nas páginas que constituem este blog de vida e de música, inspirado, algumas vezes, na vida de um músico, mas sempre sobre as músicas de uma vida.
É certo que ainda havia muito para escolher dum Mahler, dum Beethoven ou dum Brahms, para dizer alguns que sempre me fascinaram, mas a escolha recairia de forma inesperada até para mim, alguém habituado às surpresas dos caminhos por onde a música nos leva, aos pés d"os belos" poemas sinfónicos "Morte e Transfiguração" "As alegres travessuras de Till Eulenspiegel", do genial Richard Strauss (1864-1949).
Embora estas obras acabem ambas com uma morte, as grandes diferenças entre cada um desses fins ajudam-nos a compreender a variedade das fontes de inspiração e a poderosa imaginação do compositor. Enquanto a "Morte e Transfiguração" tenta retratar as horas finais de um homem possuidor dos mais altos ideais (o artista), a natureza dos seus últimos pensamentos, o conflito entre as memórias agradáveis e a crise que estaria a viver naquele momento, e o litígio entre as aspirações não alcançadas e a incerteza para lá da morte, já "As alegres travessuras de Till Eulenspiegel, a partir da história do velho malandro, escrita para grande orquestra em forma de rondó", tentaria ilustrar, tal como o próprio nome completo indica, o espírito livre de um dos maiores tratantes do folclore alemão, Till Eulenspiegel (o gozão), cuja vida levada a pregar partidas até ao cadafalso final, vivido ainda com um pequeno esgar de soslaio, mostrar-se-ia totalmente contrastante com a do herói prostrado no leito de morte, exausto após uma vida de virtuosidade.

 


Richard Strauss viria a compor a sua "Morte e Transfiguração" enquanto jovem*, mais propriamente em 1889, tendo-a dirigido na estreia a 21 de Junho, em Eisenach (já agora, a terra natal de Bach, mestre que recordei quando por lá passei, numa aventura de carro que fiz entre Rucphen, nos Países Baixos, e Weimar, na Alemanha, em 2023). Seria o primeiro poema sinfónico do compositor a apresentar uma descrição programática detalhada, havendo logo quem dissesse que o mesmo nada possuiria de autobiográfico, ou que fosse inspirado na sua vida privada; enquanto outros afirmariam que o autor teria usado a sua experiência com uma doença séria, que teria ultrapassado recentemente, para escrever esta obra; existindo outros, ainda, que se haveriam de lembrar do impacto que a leitura das obras de Schopenhauer teria provocado naquele rapaz de apenas vinte e cinco anos de história, uma tenra idade, diga-se, para andar já preocupado com o destino da sua alma, se bem que o estudo da "metafísica d'o belo" promovido por aquele filósofo alemão (ora digam-me lá se o caminho não é lindo), pudesse ser um tema de interesse para todo aquele que ansiasse criar tamanhas obras-primas, independentemente do tempo de vida que apresentasse.
Como se tornaria habitual no compositor, esta música de criação formal, iria apresentar uma orquestração brilhante, evocada por detalhes programáticos deliciosos para descrever musicalmente os últimos instantes da vida daquele homem que, nas palavras do próprio compositor: "Tinha lutado para atingir os mais elevados objectivos idealistas", e que na hora da morte, relembra os dias inocentes da sua infância, as suas paixões de juventude e o sentimento de insatisfação que o perseguira toda uma vida de tentativas para atingir um ideal impossível de alcançar, para depois se transfigurar com o voo da sua alma rumo ao desconhecido, e realizar, na eternidade, tudo aquilo que não conseguira na sua vida terrena.
A música seria o testemunho daquela hora e o retracto que as palavras do seu amigo Alexander Ritter inscreveriam no poema do prefácio da partitura:

No pequeno e miserável quarto,
fracamente iluminado apenas por um toco de vela,
o doente jaz na sua cama.—
Mesmo assim, ele luta
ferozmente, desesperadamente, contra a morte.
Ele afunda-se agora, exausto, no sono,
e o tique-taque silencioso do relógio
é tudo o que se ouve no quarto,
cujo silêncio terrível
anuncia a aproximação da morte.
Sobre as feições pálidas do doente
brilha um sorriso melancólico.
No final da vida, ele sonha agora
com os tempos áureos da infância?

*****

Mas a morte não concede à sua vítima
sono e sonhos por muito tempo.
Cruelmente, ela sacode-o para o acordar,
e a batalha recomeça.
A vontade de viver e o poder da morte!
Que luta assustadora!—
Nenhum dos dois sai vitorioso,
e, mais uma vez, há silêncio!
Cansado da batalha, afundado,
sem dormir, como em delírio,
o doente vê agora a sua vida,
sucessivamente, cena por cena,
passar diante dos seus olhos.
Primeiro o vermelho matinal da infância,
brilhando intensamente em pura inocência!
Então a brincadeira atrevida da juventude—
exercitando e testando a sua força—
até que ele amadureça para a luta da masculinidade,
que para as maiores conquistas da vida
é agora inflamada com paixão ardente.—
O que antes lhe parecia glorificado
toma agora uma forma mais clara,
este é o único impulso elevado
que o guia pela vida.
Frio e zombeteiro, o mundo coloca
obstáculo após obstáculo contra os seus esforços.
Cada vez que ele acredita estar mais perto do seu objetivo,
um "Pare!" troveja contra ele.
“Trate cada obstáculo como mais um degrau,
subindo cada vez mais alto!”
Então ele avança, então sobe mais alto,
nunca desistindo do seu esforço sagrado.
O que ele sempre buscou
com o anseio mais profundo do seu coração
ele ainda busca nas garras da morte,
ele procura — ai de mim! — mas nunca encontra.
Quer ele o compreenda ainda mais claramente,
quer ele cresça gradualmente nele,
ainda assim ele nunca poderá esgotá-lo,
ele nunca poderá, em seu espírito, ser realizado.
Então o último golpe
do martelo de ferro da morte ressoa,
quebra o corpo terreno em pedaços,
cobre o olhar com a noite da morte.

*****

Mas ressoando poderosamente ao seu redor
da vastidão do céu
aqui está o que ele procurava, ansiando sempre:
Redenção do mundo, transfiguração do mundo!


Os sucessivos temas musicais sugeririam uma personalidade forte, e, ao mesmo tempo, a fragilidade física daquele homem. Seriam às vezes evocativos e românticos, outras ingénuos e mais acolhedores. A doença fá-lo-ia sofrer fortemente, surgiriam ataques e convulsões, mas ele não cede à morte de forma fácil. Depois de mais uma batalha contra a morte ele colapsa novamente, ouvindo-se nesse momento o grande tema da obra, aquele que Strauss atribuiria à criatividade do artista. Surgiria de forma tímida, tornando-se depois mais brilhante, como se quisesse mostrar a visão mais precisa e clara do artista com o aproximar da fatídica hora. O tam-tam lidera o bater irregular do coração que assinala o final inevitável. Ele não pode soar muito forte por isso mesmo.
A alma transfigurada chega a seguir, gloriosa, e com ela a missão hercúlea de a fazer imaginar por todos aqueles que, ansiosamente, a aguardam ouvir (eu próprio já me transfigurei algumas vezes, acreditem).
Seis décadas depois, deitado no seu leito floral de Garmisch-Partenkirchen, já com a idade avançada de oitenta e cinco primaveras, o Super Homem de Alice diria à sua nora momentos antes de fechar os olhos pela última vez: "A morte é justamente como eu a compus na Morte e Transfiguração"*.  
Tique-taque, tique-taque... Tal como a vida é uma roda, também alguns textos o são*.




O poema sinfónico, "As alegres travessuras de Till Eulenspiegel", seria escrito em 1895 e estreado em Colónia, nesse ano, com direcção de Franz Wüllner, mas para conhecermos melhor a obra do compositor Richard Strauss é importante tentarmos saber quem foi o camponês Till Eulenspiegel.
Till Eulenspiegel teria sido um famoso malandro que havia aparecido na Alemanha e na Flandres no séc. XIV, conhecido pelas travessuras direccionadas contra as autoridades com o encobrimento da honestidade dos simplórios, que passariam a obras de ficção por volta de 1515. Esta personagem não seria, todavia, sempre retractada como alguém alegre e irreverente. Mais recentemente, em 1977, seria descoberto um registo das suas aventuras datado de 1510, mais cedo que qualquer outro testemunho conhecido, cujo autor, um escrivão de alfândega chamado Hermann Bote, retrataria Till como um casamenteiro inocente, mas também como uma figura malévola, um símbolo do diabo que teria sido criado como um aviso para os bons cristãos, de um mau exemplo cujo castigo pelas suas malfeitorias providenciaria uma boa lição. Ainda segundo a lenda, após a sua morte em Möller, uma cidade perto de Lübeck (pensa-se que sossegadamente, na sua cama), ter-lhe-ia sido atribuída uma lápide funerária que não teria nenhum nome inscrito, mas apenas a imagem gravada de uma coruja com um espelho, sendo o seu nome "Eulenspiegel", ou seja, "Espelho da coruja", uma alusão ao velho ditado: "Ninguém vê os seus próprios defeitos com mais clareza, do que uma coruja vê a sua própria feiura num espelho", e cujo significado mais objectivo, seria de que a sociedade, ela própria, deveria ver-se ao espelho antes de julgar os outros.
Sem querer conjecturar de forma excessiva, parece-me que o carácter de um Till conhecido em 1895, teria seduzido um Richard, que por aqueles dias também se veria ao espelho e encontraria um jovem perturbador do establishement musical daquela época.
Este poema sinfónico tenta sintetizar a vida deste tratante (o Till, claro), através de uma série de peripécias mais ou menos loucas até à sua morte.
Começa com um primeiro tema, uma introdução suave ao estilo de um "Era uma vez...", passando logo depois ao segundo tema, com a apresentação do nosso Till Eulenspiegel pelo mais famoso solo de trompa da música erudita (eu sei que é controverso... mas pelo imediatismo, dificuldade e experiência de ter assistido várias vezes ao vivo, a brincadeiras que correram mal por tantos músicos de gabarito, penso que é merecido).
E as peripécias surgem a seguir. Ouvimos o nosso travesso a alvoroçar o mercado da cidade, espalhando potes e panelas pelas bancas com a sua corrida de burro. Esconde-se dos seus perseguidores para reaparecer logo a seguir vestido de padre e ridicularizar a multidão que teria reunido, proferindo um sermão blasfemo em forma de gozo. Entretanto escapa com um glissando no violino solo, surgindo a sua veia sedutora enquanto tira a batina (nem sempre é assim, eu sei). Vira-se então para a arte do galanteio, mas sem sucesso. Apaixona-se desesperadamente, mas é rejeitado por aquela que seduz, enfurecendo-se de raiva. A seguir faz perguntas estranhas a um grupo de académicos e começa uma discussão violenta, fugindo mais uma vez. Continua com o mesmo tipo de atitudes e a assobiar tranquilamente uma canção pela rua, alheio ao caos provocado, até que é preso, levado a julgamento, condenado e executado. 
Os dois temas iniciais aparecem sempre que existe uma mudança de situação, interagindo com os outros temas existentes nos vários cenários. O último trilo da flauta dá o mote para o último suspiro, mas o "Era uma vez..." chega uma vez mais, agora sob a forma de epílogo (- Parece que afinal era boa pessoa...), e com ele o tema gozão do Till... a rugir! (- Que diabo de rapaz!).
É curioso como conseguimos encontrar semelhanças deste final, na resposta sobre o acautelamento de um programa para a obra, que o compositor teria dirigido a Franz Wüllner na noite da estreia: "Desta vez, deixe o alegre povo de Colónia adivinhar que tipo de truques musicais um brincalhão lhe está a preparar". 
Parece que o último a rir foi mesmo ele: o Till Strauss.




Epílogo:
Se calhar a minha vida tem sido como um pouco destas duas também.
A viagem tem sido maravilhosa. Que o destino seja sublime. 


Nuno Oliveira




 "Morte e transfiguração, op. 24"
 "As alegres travessuras de Till Eulenspiegel, op. 28"


✨ Extractos que proponho para audição: (MT e ATTE; ver também publicações nº 8, 18, 37 e 58)
  • Dresden State Orchestra
  • Rudolf Kempe
  • EMI, CDC-7 47862
"o belo": toda a obra (O som e a maneira de dizer são daquele tempo, mas o tempo não
                passou por ele. Um registo excitante, inconfundível e incontornável, replecto de
                brilho. Ninguém o fez como Rudolf Kempe.), com alguns destaques, identificados
                a seguir;
                [MT]: tutti, aos 0:00-2:36 (Sons misteriosos e um excelente exemplo do "primeiro
                estranha-se, depois entranha-se".); oboé, flauta, violino, clarinete e harpa, aos 2:37-
                3:43, flauta e cordas, aos 8:27-9:07 ("o belo" tema, como um poema declamado a solo
                ou com pequena companhia.); tutti e trompa, aos 13:55-14:11 ("o belo" complemento
                a tamanha afirmação sonora.); tam-tam e tutti, aos 15:51-22:20 (A Transfiguração é
                quando "o belo" nos eleva do corpo. PS: O corpo de Respighi também deveria estar
                elevado quando musicou os pinheiros da Via Appia romana... 😀) [youtube]
                [ATTE]: trompa, aos 0:15-0:32, 8:57-9:12 e 9:18-9:54 ("o belo" ser que é esta
                lendária trompa canora!); tutti, aos 5:37-6:15 (Um poder crescente, ventos que
                assobiam, ecos das profundezas e "o belo" vozeirão do pai Franz a clamar pelo fim!);
                tutti, aos 7:48-8:05 e 13:22-14:33 ("Brincadeiras" de Kempe.); metais, aos 9:55-10:09
                (Este cortejo não é brincadeira.); flautas, aos 10:18-10:47 (Outro ser canoro icónico...);
                metais e tutti, aos 10:48-11:20 (... e outra amostra do poder do metal.) [youtube]





 
  • Berliner Philharmoniker
  • Herbert von Karajan
  • Deutsche Grammophon, 410 892-2 GH e 419 599-2 GH
"o belo": (O tempo é de von Karajan e a interpretação é da exímia orquestra berlinense.
                Tensão no fio da navalha e sonoridade como nenhuma outra, densa, exuberante
                e sensual. Percebe-se bem a razão de ser a escolha preferida de tantos melómanos.
                Um registo icónico e imperdível.)
                [MT] [youtube], [ATTE] [youtube]






 
  • Concertgebouw Orchestra, Amsterdam
  • Bernard Haitink
  • Philips, 411 442-2 PH
"o belo": (Interpretação sem pressas, cheia de emoção e sentimento, onde tudo é muito
                bem contado. Som quente e envolvente, com solos de excelência. Um registo
                excepcional e uma fabulosa escolha também.)
                [MT] [youtube], [ATTE] [youtube]




 
 
  • Staatskapelle Dresden
  • Herbert Blomstedt
  • Denon, CO-73801
"o belo": (Sonoridade atmosférica e opulente da lendária orquestra de Dresden, que
                conhece esta música de cor e arrastou o mestre Blomstedt para uma performance
                de extraordinária qualidade. Confesso que fiquei siderado quando descobri este
                registo. Embora seja pouco falado, é daqueles a não perder.)
                [MT] [youtube], [ATTE] [youtube]







✰ Outras sugestões: (MT e ATTE)
  • Tadaaki Otaka/BBC Welsh Symphony Orchestra/Nimbus, NI 5235, (O som ouve-se mais distante, mas a interpretação é fresca e luminosa, com detalhe nos vários timbres e brilho nos metais. Excelente ensemble galês.) [MT] [youtube], [ATTE] [youtube]




  • André Previn/Wiener Philharmoniker/EMI, CZS 7 67570 2, (Sonoridade aberta, menos misteriosa. Os timbres têm cor, mas falta-lhe um pouco de união para ser mais apelativa.) [MT] [youtube], [ATTE] [youtube]




  • Claudio Abbado/London Symphony Orchestra/Deutsche Grammophon, 429 492-2 GDC, (Interpretação mais terna e suave, sem excessos épicos de tensão. A fragilidade impera aqui.) [MT] [youtube], [ATTE] [youtube]






 Extractos que proponho para audição: (MT ou ATTE)
  • Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
  • Lorin Maazel
  • RCA, 09026 68221 2
"o belo": (O som escuta-se mais escondido, umas vezes mais tímido, outras mais
                extrovertido, mas sempre com a tensão no ouvido. A puxada de trompas aos
                14:30 faria o pai Franz sorrir.)
                [MT] [youtube]





 
  • Scottish National Orchestra
  • Neeme Järvi
  • Chandos, CHAN 8572
"o belo": (Sonoridade encorpada e poderosa. Solos de grande qualidade, com
                apontamentos deliciosos do clarinete baixo. Um registo que os adeptos
                dos decibéis irão certamente adorar.)
                [ATTE] [youtube]





 
  • Minnesota Orchestra
  • Edo de Waart
  • Virgin, CUV 5 61266 2
"o belo": (Orquestra de qualidade, com excelentes solistas. Sonoridade clara e
                detalhada, com os vários timbres bastante perceptíveis. A competência do
                mestre de Waart é um bónus a ter em conta. Excelente escolha também.)
                [ATTE] [youtube]




   

   
✰ Outras sugestões: (MT ou ATTE)
  • Rafael Frühbeck de Burgos/Dresdner Philharmonie/Berlin Classics, 0017682BC, (Interpretação competente, ou não fossem os músicos de Dresden, e uma boa escolha para os adeptos do lado mais lento da força. Espectacular tomada de som.) [ATTE] [youtube]




  • Paavo Berglund/Stockholm Philharmonic Orchestra/RCA, RD60173, (Som potente e reverberante gravado ao vivo. Mais uma boa opção para os amantes dos decibéis.) [ATTE] [allmusic]







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Richard Strauss entre a "Morte e Transfiguração" e o "Till Eulenspiegel" [Weimar, 1890]

 



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O olhar tem cinco meses, o espelho cinquenta anos.
 
 Com a minha madrinha, no dia do seu casamento [Casa dos meus avós, Oronhe, Águeda, 19-10-1975]



O olhar tem cinco anos, o espelho cinco décadas.

 No meio da natureza da minha aldeia natal [Oronhe, Águeda, c1980]





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Éramos quatro naquela estante.

 A JOP nos "Dias da música em Belém" [CCB, Lisboa, 21-04-2018]



O bónus veio depois.

 Com o mestre António Vitorino de Almeida [CCB, Lisboa, 21-04-2018]

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terça-feira, 15 de abril de 2025


89. Dvorák: Danças eslavas |


As "Danças eslavas" de Dvorák e os sons que acompanham os montes e vales do nosso caminho.






Por 25 anos de danças de roda.
O tempo passa depressa quando acertamos no par.






Se o exercício de ligação de uma síntese de vida a dois com a boa música alguma vez se proporcionar, então é bem provável que nos ocorra uma colectânea de danças para a ilustração sonora de uma caminhada sinusoidal de tranquilidade e inquietação, comum a tantos mortais e particularmente adequada a este que aqui vos escreve.
A ser verdade esta hipótese, então a escolha da opção musical que varresse os diversos estados do sossego ao frenesim, pareceria óbvia (pelo menos para mim) com as famosas "Danças eslavas, op. 46 e op. 72", do genial Antonin Dvorák (1841-1904). Pareceria e efectivamente...
...seria com as primeiras danças eslavas (as op. 46) que Dvorák, aos trinta e sete anos de idade, alcançaria finalmente algum êxito como compositor após tantos anos de luta inglória, apesar das seis óperas e cinco sinfonias que já possuía no seu portfólio criativo. A perseverança e forte determinação tinham-no levado a escrever essas obras maiores, mas também muita música de câmara e canções, mesmo quando as hipóteses de execução eram menos que escassas e o caminho para o sucesso se afastava do seu percurso de vida.
Os dois anos que tinha passado na Escola de Órgão de Praga ter-lhe-iam fornecido as aptidões necessárias para se tornar um bom músico de igreja, mas pouco ou nada lhe haviam ensinado acerca da composição de música sinfónica ou para o palco. Na realidade, a extrema necessidade em alguém com esta tenacidade, haveria de lhe aguçar o engenho tão intensamente, levando-o ao limite de se ensinar a si próprio através do estudo de partituras que ia adquirindo com dificuldade, e a absorver tudo o que podia a partir da cadeira da viola que desempenhava na Orquestra do Teatro Provisional de Praga. A vida difícil que levava naquela época era fraca amiga do encorajamento, mas o divino estava atento e a sua cantata patriótica "Os herdeiros da Montanha Branca", haveria de lhe trazer o primeiro vislumbre do sucesso em 1873. Cerca de um ano depois, ele aproveitaria esta obra, juntamente com outras duas sinfonias, aberturas, música de câmara e algumas canções, para concorrer à recém-criada "Bolsa de Estudo do Estado Austríaco para artistas jovens, pobres e talentosos", que residissem no extremo ocidental do império. O júri, composto nada mais nada menos por Johannes Brahms (um magnífico veículo de transporte ao firmamento), o crítico Eduard Hanslick (de potência muito inferior, como é óbvio) e o maestro e director da Ópera Imperial, Johann Herbeck (certamente de menor cilindrada também), viriam a atribuir-lhe uma bolsa de 400 gulden e a agraciá-lo por mais duas vezes nos anos que se seguiriam.
Na verdade, o seu futuro ficaria traçado logo após ter ganho esta bolsa pela última vez. Dvorák teria concorrido com a sua sinfonia nº 5, e, entre outros trabalhos, com os seus "Duetos da Morávia", uma obra que teria sido já publicada através de uma pequena edição financiada por um amigo. Em dezembro de 1877, Brahms, encantado com estes duetos, recomendá-los-ia ao seu editor Fritz Simrock. O editor concordaria em publicá-los e, ao mesmo tempo, encomendaria a Dvorák uma colectânea de oito danças para piano a quatro mãos, na expectativa de que o compositor produzisse algo similar às populares "Danças Húngaras" de Johannes Brahms, uma decisão editorial que mais tarde se provaria totalmente acertada.
O tão desejado reconhecimento começava a despontar naquele ano estival de 1878. Dvorák começa a escrever as suas "Danças Eslavas, op. 46" na primavera, concluindo-as em agosto. A versão para piano e a versão para orquestra seriam publicadas no outono e as primeiras apresentações apareceriam no inverno. O sucesso revelar-se-ia meteórico, ajudado também, é certo, pela crítica favorável do influente crítico Louis Ehlert, no jornal Nationalzeitung de Berlim: "Eu pressinto que estas "Danças Eslavas" sejam uma obra cuja fama mundial iguale a das "Danças Húngaras" de Brahms.". Haveriam de ser tocadas em Praga e Dresden por aqueles dias, e no espaço de um ano já muito público as tinha ouvido e aplaudido na Alemanha, França, Grã-Bretanha e Estados Unidos, tornando-se Dvorák conhecido internacionalmente a partir desse momento.
A história das suas segundas danças eslavas (as op. 72) começaria logo a seguir.
O astuto Simrock, percebendo o potencial económico desta música (os 300 marcos alemães que teria pago ao compositor pelos direitos da obra, mostravam-se insignificantes face ao lucro obtido), pede a Dvorák, numa carta de 14 de fevereiro de 1880, para compor uma nova colectânea de danças: "ao estilo da primeira" (terá dito; "lucrativa como a primeira", terá previsivelmente pensado).
Acredita-se que o compositor terá informado o editor de que concordava com o seu pedido, embora não o fosse atender naquela ocasião. Em boa verdade, Dvorák não teria a intenção de adiar os inúmeros projectos que teria em mãos naquele momento, para dar prioridade a mais um trabalho que seria uma mina de ouro para Simrock, para além de que, como ele próprio afirmaria: "fazer a mesma coisa duas vezes seguidas é diabolicamente difícil".
Os anos passariam e sabe-se que quando as duas personagens se encontraram em junho de 1885, em Karlsbad (o famoso destino termal), a segunda colectânea de danças ainda não existiria. O compositor, provavelmente a banhos de fortalecimento ósseo, estaria totalmente focado na composição de "Sta. Ludmila", a oratória que queria levar ao festival de Leeds do ano seguinte; enquanto o editor, eventualmente a ingerir minerais benéficos à azia, ansiava fortemente por um novo filão daquela mina de ouro criativa. Ainda assim, a elegância característica dos frequentadores dos SPA da moda imperaria nesta situação, e as posições, aparentemente extremadas, não chegariam a vias de facto devido à promessa do compositor ao editor, de que as novas danças estariam prontas no espaço de um ano (tendo ficado finalmente concluídas em janeiro de 1887).
Apesar das diferenças entre as duas colectâneas, a segunda seria um grande sucesso também.
O primeiro conjunto já se teria mostrado bastante diferente das "Danças Húngaras" escritas por Brahms, a sua fonte de inspiração. A congénere húngara trataria as melodias e danças tradicionais com novos arranjos, enquanto as escritas por Dvorák, utilizariam na maior parte das vezes, os ritmos e perfis das danças tradicionais, nomeadamente da Boémia, Morávia e Servia, para criar melodias novas e originais, com a intenção de, como ele próprio dizia: "preservar e traduzir na música o espírito das pessoas, distinto nas suas melodias e canções tradicionais.". Talvez tivesse sido também por isso, que a sua popularidade ultrapassasse as fronteiras locais e fosse apreciada aonde quer que chegasse.
De igual modo, o segundo conjunto de danças seria marcadamente diferente do primeiro. Não só se haviam passado oito anos entre os dois, como a alegria e vivacidade das primeiras melodias se converteriam na poesia e profundidade emocional das segundas, as mesmas que agora haviam escutado o folclore checo da região de Praga, o jugoslavo, o búlgaro e o ucraniano. Dvorák, então um compositor mais maduro e experiente, seria o primeiro a reconhecê-lo, tendo escrito isso mesmo ao seu editor: "...elas são bem diferentes (sem brincadeira ou ironia!).".
Sejam mais bem-humoradas ou mais melancólicas, o que é certo é que aquele homem de origens humildes, que tinha passado por tantas dificuldades apesar do seu talento precoce, acabava de nos deixar uma música de tal ordem irresistível, que ainda hoje provoca em quem a ouve a sensação superlativa sentida por quem pela primeira vez a tocou. "Elas soam como o diabo.", disse ele. "Elas ecoam a voz de deus.", respondo eu.


Nuno Oliveira




"Danças eslavas, op. 46 e op. 72"


✨ Extractos que proponho para audição: (ver também publicações nº 36 e 53)
  • Chamber Orchestra of Europe
  • Nikolaus Harnoncourt
  • Teldec, 8573-81038-2
"o belo": toda a obra (Interpretação excitante e apaixonante, onde o "The need for speed"
                está bem presente. Orquestra de excelência e direcção do mestre Harnoncourt a
                condizer. Imperdível.)
                    Op. 46: [I] ("o belo" shot de fúria e serenidade a abrir o baile.) [youtube],
                             [II] ("o belo" som de trovas sussurradas ao ouvido e um corrupio de
                             arrepio.) [youtube],
                             [III] (Um apontamento de charme a partir do trompete, em mais uma
                             que fica no ouvido.) [youtube],
                             [IV] ("o belo" riacho e flora a combinar, acompanham o alegre par.) [youtube],
                             [V] (E virou!...) [youtube],
                             [VI] (... depois valsou...) [youtube],
                             [VII] (... e no fim canonizou...) [youtube],
                             [VIII] (... até à próxima rodada d' "o belo" shot!) [youtube]
                    Op. 72: [I] (Aqui o baile é outro. Menos furor e mais graciosidade... porque a idade
                             não perdoa.) [youtube],
                             [II] ("o belo" que é o amor espelhado nesta paleta de sons lendária.) [youtube],
                             [III] (Recordação da juventude em forma de dança de roda.) [youtube],
                             [IV] (Para os que preferem cocktails sem álcool, mas que também picam no
                             palato...) [youtube],
                             [V] (... e para os saudosistas doutro tempo, num mix de iluminismo e paradas
                             militares.) [youtube],
                             [VI] (O discurso artístico em doses minimalistas.) [youtube],
                             [VII] (Muito perto d' "o belo" shot dos bailes de juventude.) [youtube],
                             [VIII] (Quando o coração é maduro, isto é "o belo" op. 72, nº 8.) [youtube]







  • Cleveland Orchestra
  • George Szell
  • Sony, SBK 48 161
"o belo": (Pura alegria, puro som, puro Szell-Cleveland Orchestra. Um registo intenso
                e lendário que não podemos deixar de ter.)
                    Op. 46: [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                             [VI] [youtube], [VII] [youtube], [VIII] [youtube]
                    Op. 72: [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                             [VI] [youtube], [VII] [youtube], [VIII] [youtube]







  • Cleveland Orchestra
  • Christoph von Dohnányi
  • Decca, 430 171-2 DH
"o belo": (Sonoridade rica e interpretação cuidada e elegante. O salão está cheio e uma
                boa sincronização dos pares evita acidentes na pista de dança. Excelente escolha.)
                    Op. 46: [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                             [VI] [youtube], [VII] [youtube], [VIII] [youtube]
                    Op. 72: [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                             [VI] [youtube], [VII] [youtube], [VIII] [youtube]







  • Royal Philharmonic Orchestra
  • Antal Dorati
  • Decca, 417 749-2 DM
"o belo": (Uma interpretação veloz, bem marcada e mais directa, que mostra que os
                britânicos sabem dançar. Pode "doer" menos, mas também sabe bem. Um registo 
                clássico a não perder.)
                    Op. 46: [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                             [VI] [youtube], [VII] [youtube], [VIII] [youtube]
                    Op. 72: [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                             [VI] [youtube], [VII] [youtube], [VIII] [youtube]







  • Russian National Orchestra
  • Mikhail Pletnev
  • Deutsche Grammophon, 447 056-2 GH
"o belo": (Um registo muito diferente dos restantes, mas nem por isso de menor
                qualidade. Som espectacular e performance com enorme graciosidade e
                requinte. Apenas lhe falte alguma agitação para os mais inquietos. Eu gosto
                e aconselho)
                    Op. 46: [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                             [VI] [youtube], [VII] [youtube], [VIII] [youtube]
                    Op. 72: [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                             [VI] [youtube], [VII] [youtube], [VIII] [youtube]












   
✰ Outras sugestões:




    • John Farrer/Royal Philharmonic Orchestra/ASV, CD DCA 730 (Interpretação fresca e sonoridade brilhante. Seduz-nos pelo contraste e diferença. Boa opção.)[discogs], [allmusic]












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    Antonín Dvorák [c1878]





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    Um.

    Nós na Capela da Universidade de Coimbra [Coimbra, 15-04-2000]

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