segunda-feira, 26 de julho de 2021


58. R. Strauss: Assim falava Zaratustra, Don Juan |

"Assim falava Zaratustra" e "Don Juan": mais que dois poemas de Richard Strauss, duas obras-primas do Super Homem de Alice, Christian e Richard. 






À memória de Abel Augusto Pereira, o meu avô que desapareceu neste dia com a idade que tenho hoje. 
Conheci-o através dos que conviveram com ele e dos fascículos da revista Conhecer que colecionava com paixão.
Dizem-me que tenho muita coisa dele.
Eu, cada vez mais, penso que isso é verdade.






Ao olharmos para trás com o devido recuo podemos hoje facilmente acreditar que nenhum outro grande filósofo teria uma relação mais próxima da música do que o alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), e que nenhuma outra obra filosófica inspiraria um maior número de peças musicais do que a sua Assim falava Zaratustra.
Nietzsche, também ele um compositor amador, defensor de Wagner e o seu contrário (por vezes o pensamento filosófico leva-nos a mudar de direcção a meio do caminho), estaria eventualmente longe de pensar que a sua obra mais famosa, que viria a publicar em 1892, serviria um dia de fonte de inspiração para as canções de Schoenberg, Medtner e Taneyev, ou de obras de maior envergadura orquestral, como as de Mahler (Sinfonia nº 3), Delius (Uma Missa da Vida) e Richard Strauss (1864 - 1949).
A narrativa desta Assim falava Zaratustra, repleta de imagens extraordinárias e jogos de palavras, é inusualmente poética para um livro de filosofia. É composta por quatro partes que se dividem em oitenta secções mais curtas, cada uma delas apresentando os pensamentos ficcionados do profeta persa do séc. VII AC, Zaratustra (ou Zoroastro na literatura grega), conhecido por ter sido o fundador do Masdeísmo ou Zoroastrismo, supostamente a primeira religião monoteísta ética da história. Estes pensamentos cobririam diversos assuntos e cada secção terminaria com o termo "Assim falava Zaratustra". Zaratustra (ou, melhor, Nietzsche) falaria da "Morte de Deus" e da necessidade do homem em se transcender para se tornar no "Super Homem", quebrando a inércia e o condicionamento cultural característico da natureza humana. Por esse motivo, não seria surpreendente que tivesse atingido o estatuto de obra de culto nos países de língua alemã, particularmente nas gerações mais novas que se reveriam nesta quebra filosófica de final de século, centrada na crença do progresso pela ciência e na revelação da hipocrisia por detrás da máscara das virtudes cristãs, terminando com a especulação metafísica pela proclamação de que o "Deus está morto". Até aqui, mesmo discordando, pouco poderia ser censurado. Todavia, e como é frequente acontecer com os "livros de culto", a então intitulada "Doutrina do Super Homem" seria muitas vezes tratada de forma arbitrária e superficial, sendo referida de forma literal segundo as conveniências e distorcendo de tal forma a mensagem ao ponto de vir a ser uma das obras preferidas de Adolf Hitler (imagine-se o nível de distorção), com as consequências que conhecemos e que nos ferem recordar. E isso deveria ter sido impossível aceitar.
Na realidade, se à Assim falava Zaratustra de Friedrich Nietzsche se dava, então, o mérito de um tratado filosófico, já à de Richard Strauss se atribuiria, por outro lado, a "simplicidade" de um poema sinfónico baseado apenas numa ideia recorrente na obra literária. Com efeito, o compositor viria a referir isso mesmo após a apresentação da obra em Berlim, em Dezembro de 1896: "Eu não tive intenção de escrever música filosófica ou retratar musicalmente a grande obra de Nietzsche. Apenas pretendi colocar em música uma ideia sobre a evolução da raça humana, desde a sua origem, através das várias fases de desenvolvimento, do religioso ao científico, até à ideia do Super Homem de Nietzsche". Ora, atendendo a estas palavras, poder-se-ia admissivelmente defender a ideia, de que: quanto mais se souber sobre o livro de Nietzsche menos se compreenderá a partitura de Strauss... Uma percepção que poderia ter evitado alguns equívocos éticos e correspondentes dissabores morais a Richard Strauss alguns anos mais tarde, uma desconfiança de que nem o subtítulo com que teria batizado a obra: "Livremente segundo Nietzsche", lhe teria valido (...nem tão pouco os esforços que aplicara para manter a salvo dos campos de concentração, Alice, a sua nora judia, e os seus netos Christian e Richard, abrigando-os em Garmish-Partenkirchen até ao final da guerra).
No fundo, esta música mostrar-se-ia relevante pela sua estrutura orgânica independente e desfrutável pelos seus atributos puramente musicais, com uma riqueza e variedade orquestral, desde a opulência dos metais, tímpanos e órgão da abertura celebrizada por Stanley Kubrick no filme 2001-Odisseia no espaço (também ele de culto, logo cuidado...), de 1968, até aos apontamentos intimistas de música de câmara, numa dicotomia não resolvida entre a Natureza e o Espírito do Homem, afastados entre si pelas tonalidades de Dó e Si... Maiores e menores. Tratar-se-ia do sexto poema sinfónico do compositor, escrito entre o Verão e o Outono de 1896, e estreado sob a sua direcção a 27 de Novembro desse ano, em Frankfurt.
Esta obra extraordinária dividir-se-ia em nove partes. Começaria pela Introdução [1], com o famoso Nascer do Sol como elemento representativo da Natureza (em dó... Maior) que retrataria o momento em que Zaratustra sai da caverna nas montanhas remotas, lugar onde já se encontraria há dez anos afastado dos Homens à procura da sabedoria, e a sua decisão em partilhá-la com o Mundo (lá em baixo...). Seguir-se-ia Dos Homens do Mundo ultraterreno [2], onde escutaríamos, pela primeira vez, o tema do Homem (em si... menor) no adeus à fé ingénua em Deus e à crença no além. Da Aspiração Suprema [3] surgiria depois, num Magnificat sobre as visões e memórias da juventude do profeta. Em quarto lugar chegar-nos-iam os sons desenfreados Das Alegrias e das Paixões [4]. Seguir-se-ia O Canto Fúnebre [5], em harmonias que reflectem o espírito de auto-abnegação do Homem, e a obra continuaria através Da Ciência [6], com fugas, cromatismos e contrastes tonais simbolizando a erudição e as diferenças entre o Homem e a Natureza. O Convalescente [7] chegaria agora com a dança libertadora dos laços da superstição, dando depois lugar à A Canção da Dança [8], uma valsa vienense parodiada pelo autor, conhecida como a "Dança do Super Homem", até que surge finalmente A Canção do Vagueante Nocturno [9]. Os "Sinos da Meia-Noite" assinalam agora o retorno de Zaratustra às montanhas, com a Natureza a ter a última palavra, numa solução escolhida por Strauss contrária à do próprio Nietzsche, pelo que mais "Livremente" que isto seria difícil. 
...Provavelmente uma boa aposta de Strauss para o final, a da imposição da Natureza ao Espírito do Homem... ou não tivéssemos muito a aprender com as "estatísticas" do último ano.
Oxalá tenhamos mais a ensinar pelo mesmo motivo...


Don Juan, o segundo poema sinfónico escrito por Richard Strauss, causaria tamanha sensação na noite de estreia de 11 de Novembro de 1889, em Weimar, que o compositor de 25 anos de idade se tornaria mundialmente famoso logo a partir do pódio onde se encontrava a dirigir a Orquestra da Ópera daquela cidade, da qual era maestro assistente. Uma estreia tumultuosa que faria com que fosse considerado o mais importante compositor alemão depois de Wagner, facto que poderemos ensaiar compreender pelos comentários que escreve ao seu pai, o trompista Franz Strauss, no dia a seguir, referindo que a orquestra tinha apreciado a nova peça apesar das muitas dificuldades: "Eu lamento realmente pelas pobres trompas e trompetes. Eles sopravam até ficarem com as faces azuis" (Quem melhor me conhece saberá o quanto eu acho isto d' "o belo"...).
Nesta obra sumptuosa, Strauss evoca o maior personagem romântico da história, tentando retratar o carácter do amante insaciável, que conquista os objectos da sua adoração umas vezes através do frenesim selvagem da paixão, outras pela suave sedução, pelo que é admissível que, no momento da criação (da obra, naturalmente...), o jovem compositor se encontrasse sob a influência (Domínio?) amorosa da jovem soprano Pauline de Ahna, que mais tarde iria tornar-se sua esposa (Domínio, por certo...), se bem que há quem julgue que a temática escolhida (desavergonhadamente erótica) teria sido o resultado da forte paixão que sentia por Dora Wihan, a alienada esposa de um violoncelista famoso daquela época (o reconhecidamente teimoso Hanus, a quem Dvorák dedicaria o seu concerto para violoncelo). Considerando que as sonoridades desenvolvidas (naquele poema sinfónico, depreenda-se) se terão aparentemente inspirado em múltiplos episódios de luxúria, então o mais provável é que qualquer uma destas suposições seja de igual modo válida. Adiante...
Embora o drama de Don Juan tivesse já aparecido por inúmeras vezes na literatura e na música europeia, Strauss, todavia, encontraria a inspiração necessária não nas conhecidas óperas ou no famoso poema de Lord Byron, mas sim na obra inacabada do poeta austríaco de origem húngara, Nikolaus Lenau (1802-1850), publicada em 1851. A versão de Lenau revelaria o caracter psicológico de um homem devoto à procura idealística da mulher perfeita, vangloriando-se do prazer usufruído a cada conquista amorosa, até ao momento em que se apercebe que cada um dos seus sucessos infligiria um grande mal a todos os envolvidos, um facto que tornaria a sua existência um fardo cada vez mais difícil de suportar, levando-o finalmente à morte. Com efeito, desafiado para um duelo pelo filho de uma das mulheres que seduzira (um dos danos colaterais seria, de igual modo, o pai, que entretanto se suicidara), o protagonista permitir-se-ia atirar a espada para longe após a submissão do seu opositor, porque consideraria aquela vitória "tão aborrecida como a própria vida", um momento imediatamente aproveitado pelo seu oponente, que de um único golpe poria um fim à sua carreira de sedutor... e a, eventualmente, diversas outras carreiras também, ou a estocada não tivesse atingido, de forma fulminante, aquele coração libertino. 


Nuno Oliveira




 "Assim falava Zaratustra, op. 30"
 "Don Juan, op. 20"


✨ Extractos que proponho para audição: (ver também publicações nº 8, 18 e 37)
  • Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
  • Lorin Maazel
  • RCA, 09026 68225 2
"o belo": toda a obra (Aqui respira-se a afinidade da orquestra de Munique com Richard
                Strauss. Nenhuma outra é mais intensa, basta escutar os primeiros dois minutos e
                percebe-se porquê. Sonoridade extraordinária dos músicos Bávaros e uma visão
                fresca do mestre Maazel. É simplesmente brutal!), com alguns destaques,
                identificados a seguir;
                [1]: tutti (Difícil ouvir melhor "o belo" poder do Nascer do Sol! Trompas de arrepiar
                os cabelos aos 1:20! De culto ("cuidados extras" não necessários...)![youtube]
                [2]: tutti (Sensibilidade, bom senso e o intimismo da música de câmara...) [youtube]
                [3]: tutti (Prefácio da sumptuosidade!) [youtube]
                [4]: metais, aos 0:00-2:10 (Sonoridade luxuriante à maneira de D. Juan!) [youtube]
                [5] [youtube], [6] [youtube], [7] [youtube]
                [8]: violino e tutti (Descompressão e danças de salão a acompanhar...) [youtube]
                [9]: metais, cordas e madeiras (...até que a noite cai e os pensamentos vagueiam na
                escuridão da Herculessaal...) [youtube]
                [D. Juan]: tutti, aos 0:00-0:55 (Inicio das peripécias...); oboé, aos 6:45-8:03 (Falinhas
                mansas neste "o belo" idílio de amor!); trompas, aos 10:03-10:47 e 14:43-15:03
                ("o belo" que é ficar com os cabelos (e outras extremidades, ou não se tratasse do
                D. Juan...😀) em pé!); tutti (No final, o fechar de um olhar trespassado pela
                espada...) [youtube]
 




 
  • Chicago Symphony Orchestra
  • Fritz Reiner
  • RCA, 09026 60930 2
"o belo": (Um ícone artístico e tecnológico dos registos em stereo. É surreal, quase
                inacreditável, a qualidade de uma gravação realizada em 1954 e que chega aos
                nossos dias repleta de intensidade e humanidade. Acústica calorosa, sonoridade
                atmosférica e balanço extraordinário. Um registo lendário e imperdível.)
                [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube], [6] [youtube],
                [7] [youtube], [8] [youtube], [9] [youtube]





 
  • Berliner Philharmoniker
  • Herbert von Karajan
  • Deutsche Grammophon, 439 016-2 GH
"o belo": (Orquestra gloriosa, com o virtuosismo e sumptuosidade sonora a que nos habitou,
                numa interpretação de referência de von Karajan. A sensibilidade ao cair a "noite"
                numa escolha incontornável para estas obras.)
                [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube], [6] [youtube],
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  • Chicago Symphony Orchestra
  • Georg Solti
  • London, 430 445-2 LM
"o belo": (Opulência e bravura por uma CSO em topo de forma. A personalidade de Georg
                Solti confunde-se nesta poderosa visão. Brilhantemente interpretada, a não perder.)
                [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube], [6] [youtube],
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  • Berliner Philharmoniker
  • Georg Solti
  • Decca, 452 603-2 DH
"o belo": (Interpretação robusta do mestre Solti. Os 84 anos estão lá, mas a energia que
                o caracteriza também. Sonoridade orquestral de encher o ouvido, detalhe, cordas
                deslumbrantes e metais bem presentes. Magnífico Till Eulenspiegels como bónus.)
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  • Wiener Philharmoniker
  • Herbert von Karajan
  • Decca, 417 720-2 DM
"o belo": (Sonoridade luxuriante captada na Sofiensaal no longínquo ano de 1959.
                Interpretação replecta de energia e heroísmo, cordas voluptuosas e metais
                acutilantes. Um registo "lendário" a não perder também.)
                [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube], [6] [youtube],
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  • Wiener Philharmoniker
  • André Previn
  • Telarc, CD-80167
"o belo": (Poder orquestral e voluptuosidade sonora na visão apelativa do mestre Previn.
                Uma magnífica opção a ter em conta.)
                [1-9] [youtube]






  • Seattle Symphony Orchestra
  • Gerard Schwarz
  • Delos, D/CD 3052
"o belo": (O detalhe e imaginação do mestre Schwarz, acústica quente da Opera House e
                interpretação formidável da Orquestra de Seattle. Uma excelente escolha.)
                Assim falava Zaratustra: [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube],
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  • Scottish National Orchestra
  • Neeme Järvi
  • Chandos, CHAN 8538
"o belo": (Interpretação segura do mestre Järvi, uma vez mais bem acompanhado pelo
                excelente grupo escocês. Uma escolha a ter em conta também.)
                [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube], [6] [youtube],
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✰ Outras sugestões: (Assim falava Zaratustra e Don Juan)




   
✰ Outras sugestões: (Assim falava Zaratustra)








   
✰ Outras sugestões: (Don Juan)
  • Vladimir Ashkenazy/The Cleveland Orchestra/Decca, 425 941-2 DH, [D. Juan] [youtube]






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Richard Strauss com os netos Christian e Richard em Garmish-Partenkirchen [inicio dos anos 40]




Richard Strauss [Weimar, 1889]

 



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"Violinista. Desenhador. Alguém que ambicionava saber mais."
 
 Abel Augusto Pereira


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terça-feira, 20 de julho de 2021


57. Händel: Música para os Reais Fogos de Artifício |

Pulemos então de alegria com esta "Música para os Reais Fogos de Artifício", de Georg Friedrich Händel! E quem não salta? Sentimento lhe falta... Olé!






Para a Tânia, com um abraço ao Pedro, ao Francisco e, especialmente ao António, que espero conhecer em breve.
A família merece ser celebrada.






O mês de Outubro de 1748 ficaria marcado pela assinatura do Tratado de Paz de Aix-la-Chapelle pela Inglaterra, em Aachen, mas seriam precisos ainda alguns meses para que todos os governos envolvidos na guerra da Sucessão Austríaca ratificassem o acordo que levaria à Proclamação da Paz a 2 de Fevereiro de 1749, em Londres. Um "acontecimento unificador seguramente merecedor de comemoração", pensariam de igual modo os governantes da altura, representados, neste caso, pela figura máxima do Rei Jorge II, e os do povo que se ia governando, porquanto teria o soberano ordenado realizar-se um festival de fogo de artifício no Green Park, para o mês de Abril seguinte, e os súbditos acudido em massa ao ensaio geral aberto ao público, no Vauxall Pleasure Gardens, seis dias antes da estreia. O ensaio geral seria assistido por 12000 (!) espectadores (a maior quantidade de almas que Georg Friedrich Händel (1685-1759) teria num dos seus concertos), ajuntamento que teria provocado um engarrafamento gigantesco na ponte de Londres, como seria noticiado na altura pelo The Gentleman's Magazine: "necessárias mais de três horas para deslocamentos de carruagem..."; supostamente um escândalo para "The Gentleman's" e eventualmente de menor importância para "The People", já que para os que iam a pé o tempo despendido teria sido certamente mais reduzido... (haveriam ainda os que iam a cavalo ou eventualmente de burro, contribuindo desta forma para enriquecer as variantes físicas de uma realidade certamente interessante de entender... quem sabe por algum menino que observasse curiosamente tudo o que se passaria à sua volta... Fora o ensaio cem anos antes e esse menino bem que poderia chamar-se Isaac Newton e ir a caminho dos sete anos de idade... a pé... mas com a imaginação a voar até às Leis do Movimento... World Jump Days simbólicos, como o de hoje, à parte, como compreenderão...). 
Para além disso, Jorge II entenderia também que a grandiosidade do espectáculo seria exponenciada pela adição de música, pelo que lembrar-se-ia de Händel para levar a cabo a sua intenção. A ideia passaria por uma música escrita para "instrumentos de guerra" (na celebração da paz...!?), como seriam supostamente os sopros e a percussão (...ok, talvez a conhecida "dureza de ouvido" do monarca fosse a justificação provável), embora Händel viesse, presumivelmente, a acrescentar um conjunto de cordas e, com isso, a arranjar um problema diplomático. Na realidade, a 28 de Março de 1749, o Duque de Montague, Mestre Geral de Artilharia e possivelmente daquela Cerimónia também, ou não fosse, também ele, o Responsável pela Música Militar, escreveria assim: "Agora Händel propõe que hajam violinos. Eu não tenho dúvidas de que quando o Rei ouvir vai ficar muito desagradado... Estou seguro de que ele incentivou Händel para que houvesse a maior quantidade possível de trompetes e outros instrumentos marciais, e não mencionou violinos... embora eu acredite que Händel nunca será convencido a fazê-lo". E aparentemente Händel não terá sido convencido. O número de instrumentos de sopro e percussão (marciais) referidos na partitura original (24 oboés, 12 fagotes, 1 contrafagote, 1 serpentão que seria rapidamente cortado, 9 trompas, 9 trompetes e 4 conjuntos de percussão) ficariam muito aquém do "grupo de 100 músicos" que teriam participado na estreia "fora de portas" (depreenda-se: ao ar livre), reportado à época, pelo que é razoável admitir-se que tenham existido cerca de 40 instrumentistas de cordas. Essa possibilidade ganharia maior força com a indicação referida na partitura autografada (guardada na British Library) da adição de cordas ao esquema original só para sopros, ao que se acrescentaria ainda a inclusão de cordas nos concertos "entre portas" que Händel faria posteriormente e na publicação que mais tarde viria a autorizar.
Após a antestreia pública, realizada aliás contra a vontade do compositor, a "Grande abertura para instrumentos típicos de guerra" (na celebração da paz...?! Mais uma vez...) com que foi apelidada esta famosa Música para os Reais Fogos de Artifício, seria apresentada oficialmente na estreia do festival, a 27 de Abril de 1749, pelas 18h, suscitando no público um misto de sucesso e fiasco. Ao que parece a música teria sido bem acolhida, pelo menos por aqueles que a terão conseguido escutar por se encontrarem contra o vento, numa posição que embora beneficiasse a percepção de sonoridades concertísticas, poderia, no entanto, contribuir para a forma de tortura que seria a percepção de outros acontecimentos diferentes dos aguardados, nomeadamente os do foro digestivo... audíveis ou não (Quem nunca torturou ou foi torturado que atire a primeira pedra...).
Já a história do espectáculo pirotécnico complementar seria bem diferente. Com efeito, naquele fim de tarde chuvoso, enquanto as 101 peças de artilharia lançavam uma amostra lasciva de fogo de artifício, a atração principal e suporte para a maior apresentação pirotécnica, denominada: "a Máquina" (um Pavilhão mecanizado, com arcos, colunas e estátuas das divindades gregas, desenhado pelo criador de cenários da corte francesa, Chevalier Servandoni) ardia por completo, proporcionando, deste modo, um espectáculo adicional ao público semi-assustado, ao que ainda se juntaria o desembainhar de espadas entre o designer francês e Charles Frederick, o nomeado "Controlador do Fogo de Artifício de sua Majestade" e eventual ex-colega de um outro "controlador de fogo Real", neste caso William Daniell, o falecido mestre cozinheiro e providenciador das estranhas preferências gastronómicas do soberano inglês (sapos e papagaios-do-mar seriam dois exemplos "reais"...). No final Servadoni seria desarmado e levado sob custódia, tendo sido libertado no dia seguinte após ter pedido perdão e esta lhe ter sido regiamente concedida (aparentemente, haveriam desgraças maiores a aguardar atenção...).
À semelhança das quatro suites de J.S. Bach., os seis andamentos que compõem a suite desta Música para os Reais Fogos de Artifício seriam, também eles, escritos ao estilo francês. A obra abriria com uma Abertura [I] (como não poderia deixar, literalmente, de ser), seguir-se-ia um vivo Bourrée [II] e uma lenta Siciliana intitulada "La Paix" [III], até chegarmos à alegre "La Réjouissance" [IV] e aos dois jovais Bourrées finais [V] [VI].
Independentemente de terem sido utilizados unicamente instrumentos "militares" ou se teriam havido cordas ou não, o que podemos facilmente testemunhar são as sensações de Paz e de Jubilo que em certos momentos esta obra-prima transmite, sejam esses sentimentos fornecidos por um "grupo de 100 músicos" original, por uma "banda" de 60 figuras registadas no papel (de música) ou por qualquer outro tipo de agrupamento, de maior ou menor força (F) ou massa (m) orquestral. O assobio (a) de uma criança tornará imortal toda a música sublime. A primeira assobiou-a em 1749, durante o retorno a casa desde os Vauxall Pleasure Gardens. Hoje terão nascido outras que a continuarão a assobiar...
...Tão certo quanto F=ma.

   
Nuno Oliveira




"Música para os Reais Fogos de Artifício, HWV 351"


✨ Extractos que proponho para audição: (nota: ver também publicações nº 46 e 61)
  • Orpheus Chamber Orchestra
  • Deutsche Grammophon, 435 390-2 GH
"o belo": toda a obra (Sonoridades frescas e imaculadas por músicos que acreditam
                em atingir a excelência... e a ultrapassam. Fundamental, incontornável e
                "simplesmente" espectacular!), com alguns destaques, identificados a seguir;
                [I]: tutti e metais, aos 0:00-2:13 (A alegria de 1749 como a de 2021...), 2:59-3:58,
                4:49-5:13, 6:17-7:19 (...nas brincadeiras das crianças...), 2:15-2:30 (...ao som 
                brilhante dos metais![youtube]
                [II]: tutti, aos 0:00-1:13 (A brincadeira dos filhos sentida pelos pais.) [youtube]
                [III]: tutti, aos 0:00-2:53 (Pausa para "o belo" lanche!) [youtube]
                [IV]: tutti e madeiras, aos 0:00-3:02 (E o recreio recomeça... com o estalar do verniz
                nas madeiras! (1:12-2:24)) [youtube]
                [V]: tutti, aos 0:00-1:32 (É hora de voltar a casa...) [youtube]
                [VI]: tutti, aos 0:00-2:17 (...a recordação "tem mais encanto na hora da despedida".)
                [youtube]






  • Tafelmusik
  • Jeanne Lamon
  • Sony, SK 63073
"o belo": (Uma interpretação com instrumentos de época de tal forma espirituosa que
                 nos faz imaginar um regresso a 1749. Aconselha-se o apertar dos cintos na
                hora da viagem. Uma preciosidade.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                [VI] [youtube]






  • The English Concert
  • Trevor Pinnock
  • Deutsche Grammophon Archiv Produktion, 415 129-2 AH
"o belo": (O entusiasmo vibrante que deu em som "Uau" e pompa "Iupi" com instrumentos
                daquela época... peles da percussão inclusive. Uma referência para disfrutar
                intensamente.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V] [youtube],
                [VI] [youtube]






  • The King's Consort
  • Robert King
  • Hyperion, CDA66350
"o belo": (A atmosfera gloriosa que resulta da versão supostamente original apenas
                 para sopros e percussão. Os músicos são os do Rei e esta é uma referência
                também. A disfrutar intimamente.)
                [I-VI] [iTunes]






  • English Baroque Soloists
  • John Eliot Gardiner
  • Philips, 420 349-2 PH
"o belo": (Jubilo e luminosidade numa extraordinária interpretação dos virtuosos ingleses
                em instrumentos de época. Uma excelente escolha a ter em conta também.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V-VI] [youtube]






  • The Academy of Ancient Music
  • Christopher Hogwood
  • L'Oiseau-Lyre, 400 059-2 OH
"o belo": (Uma interpretação da Academia de Música Antiga britânica e também uma
                maravilha como seria de esperar. Vitalidade e alegria a não perder também.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V-VI] [youtube]





  
   
✰ Outras sugestões:




  • Jean-Claude Malgoire/La Grande Écurie et la Chambre du Roy/Sony, SBK 48285 (Uma gravação de qualidade, realizada com instrumentos de época. Sonoridade atmosférica e interpretação festiva, como tem de ser. Boa opção.[I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V-VI] [youtube]




  • Neville Marriner/Academy of St. Martin in the Fields/Hänssler, 5166430 (Um registo interessante do mestre Marriner que merece ser escutado.[I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube], [V-VI] [youtube]






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Georg Friedrich Händel [1756]





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Dois motivos de celebração [2021]



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quinta-feira, 1 de julho de 2021


56. Prokofiev: sinfonia nº 1, "Clássica" |

O charme neoclássico da "Primeira Sinfonia" de Sergei Prokofiev, um habitué do ataque ao establishment transformado num adepto de subtilezas defensivas... para ganho de todos.






Para os "Primeirinhos!": o António, o Cândido e o Rui Luís.






É razoável acreditar que nos momentos que antecedem a obrigatória audição musical, muitas vezes despendidos numa viagem ao ritmo do folhear das brochuras duma integral sinfónica conhecida, seja admissível supor-se que a Sinfonia Clássica de Sergei Prokofiev (1891-1953), a primeira das sete escritas por este compositor, pudesse ser uma obra de principiante. No entanto, e apesar das suposições serem maioritariamente bem-vindas, os factos constatar-se-iam bem diferentes. Com efeito, em 1917, no ano de nascimento desta sinfonia, o enfant terrible russo de vinte e seis anos teria já no seu portfolio criativo duas outras sinfonias (não publicadas) e uma sinfonietta, bem como dois concertos para piano, e ainda uma suite para orquestra (Suite Cita) e um bailado (O Bufão), tudo peças do mais alto calibre, não só no que diz respeito à "violência de ataque" (musical, entenda-se), como também de controvérsia, na medida em que, segundo a crítica da época, deixavam habitualmente o público "gelado de medo e com os cabelos em pé", num sinal de aprovação pelos jovens daquela geração (...hirta e provavelmente despenteada), e, ao mesmo tempo, da contrária desaprovação pela burguesia anciã instalada (no aconchego calvo da lareira, seguramente...).
Desta vez, porém, as coisas viriam a ser diferentes... Depois de se aperceber dos sinais evidentes de marginalização por parte do conservadorismo decisor, devido às suas obras "agressivamente modernas", Sergei decide escrever uma sinfonia inspirada naquela que Haydn poderia ter escrito se tivesse vivido naquele tempo, aproveitando, deste modo, a dieta à base da obra deste compositor com que se alimentava a classe de direcção do Professor Tcherepnin, no Conservatório de São Petersburgo onde estudava. A sua intenção seria a de deliciar a audiência em vez de a tentar chocar, um objectivo, ainda assim, todavia não alcançado, uma vez que a expectativa gorada do habitual estilo musculado se tivesse mostrado ainda chocante para alguns dos gregos ou troianos mais difíceis de agradar, ou para, quem sabe, o alegado alvo da escolha do título da obra, retratado num célebre "para provocar os gansos". Na verdade, para além da graça que seria testemunhar a surpresa de determinados sábios, Sergei teria também a esperança de que a sua Sinfonia Clássica se viesse a tornar num clássico do reportório. Ambos os desejos viriam a ser alcançados: o primeiro, ao que parece, o segundo, sem sombra de dúvida. Com efeito, seria o próprio Prokofiev a referir estas ideias na sua autobiografia: "Eu imagino que se Haydn tivesse vivido até aos nossos dias ele teria preservado a sua maneira de compor, ao mesmo tempo que teria absorvido algo de novo. Este foi o tipo de sinfonia que eu quis escrever: uma sinfonia ao estilo clássico. À medida que se começou a desenvolver, chamei-lhe Sinfonia Clássica, em primeiro lugar por ser a maneira mais simples de a chamar, em segundo, para agitar um ninho de vespas, e, finalmente, na esperança de que a sinfonia se provasse, com o tempo, um verdadeiro clássico, o que me iria beneficiar de forma considerável". Exceptuando-se a perceptível incoerência zoológica entre citações, no final tudo bateria certo... como nas estreias de teatro...
Prokofiev começaria, assim, a compor esta obra em 1916 a partir da sua datcha no meio da natureza, terminando a partitura a 10 de Setembro de 1917, num ambiente de tensão política entre as Revoluções Russas de Fevereiro e Outubro desse ano, e dirigindo a estreia em Petrogrado (vulgo Leninegrado, vulgo São Petersburgo, ...) a 21 de Abril de 1918, numa sala que contaria, entre outros, e para além das eventuais referências zoológicas já citadas, com a presença de Anatoly Lunacharsky, o recém nomeado "Comissário do Povo para a Educação" e o representante dos Bolcheviques que teriam subido ao poder no mês anterior. Supostamente, o sucesso desta obra ter-lhe-á proporcionado a permissão oficial para as deslocações e permanência fora do solo russo, uma benesse que Prokofiev tivera o mérito de manter desde 1913 até ao seu regresso duradouro em 1936, para, nas palavras de Shostakovich: "Cair dentro da sopa como uma galinha", ao que acrescento, aromatizada, ou melhor, "harmonizada" com o Realismo Socialista característico da altura.
Na realidade, se a leveza das texturas e a graciosidade das obras de Haydn são recordadas nesta sinfonia, já a espiritualidade e o apelo da modernidade terão sido responsabilidade exclusiva do génio de Prokofiev, no tal volte face dado pelo compositor que pouco teria de original, uma vez que semelhante ocorrência ter-se-ia já passado recentemente com Richard Strauss, um autor que havia apresentado o seu Cavaleiro da Rosa em 1911, depois de já nesse século ter dado a conhecer obras como Salomé ou Elektra
E assim, a obra viria a apresentar os quatro andamentos habituais, como seria de esperar. Iniciar-se-ia com um elegante Allegro [I], surgindo depois o belo e surpreendente Larghetto [II], uma lenta polonaise de um lirismo extraordinariamente sedutor. Seguir-se-ia uma Gavotte [III], replecta de vivacidade, em substituição do comum Minueto das sinfonias de Haydn, um andamento que (o, quem sabe, ainda rebelde...) Prokofiev gostava particularmente, tanto que o viria a inspirar para o seu Romeu e Julieta vinte anos mais tarde, até chegarmos finalmente a um Finale, Molto Vivace [IV] de grande brilhantismo.
Apesar dos detalhes apelativos que lhe trariam a fama imediata, passar-se-ia algum tempo até que o mundo da música percebesse a inteligência e intuição desta Sinfonia. Afinal, da mesma forma que cada fim tem um princípio, também a maravilhosa música "Clássica" do séc. XX seria inspiração da melhor música que o séc. XVIII fôra capaz de oferecer.

   
Nuno Oliveira




"Sinfonia nº 1, em ré maior, op. 25, Clássica"


✨ Extractos que proponho para audição: (nota: ver também publicações nº 19, 79 e 87)
  • London Philharmonic Orchestra
  • Leonard Slatkin
  • RCA, 5661-2-RC
"o belo": toda a obra (Lirismo de audição viciante e virtuosismo levado ao extremo. A
                não perder para os amantes da música e da velocidade!), com alguns destaques,
                identificados a seguir;
                [I-IV] [youtube] [Spotify] (Nota: os tempos indicados referem-se à audição completa)
                [I]: tutti, aos 0:00-4:00 (A alegria no recreio da infância!)                
                [II]: tutti, aos 4:08-7:36 (A tranquilidade da sala de aula da professora São...) 
                [III]: tutti, aos 7:42-9:19 (Quase a acabar a lição... Há trabalhos para casa...) 
                [IV]: tutti, aos 9:20-13:13, com 10 segundos estratosféricos nas madeiras, aos
                9:39-9:49, 10:46-10:56 e 12:21-12:31 (A corrida dos "Primeirinhos" a caminho
                de casa!) 






  • Orpheus Chamber Orchestra
  • Deutsche Grammophon, 423 624-2 GH
"o belo": (Uma gravação de excelência e a primeira escolha para muitos melómanos.
                Em destaque o som personalizado do agrupamento norte americano e a
                excitação que transmitem do início ao fim. Simplesmente fenomenal.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]






  • Orchestre de Chambre de Lausanne
  • Alberto Zedda
  • Virgin, VC 7 91098-2
"o belo": (Sonoridade quente pelo magnífico agrupamento suíço, numa interpretação
                repleta de detalhes e subtilezas a não perder.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]






  • London Symphony Orchestra ou Los Angeles Philharmonic Orchestra
  • André Previn
  • EMI, CDC-7 47855 2 ou Philips, 442 399-2 PM
"o belo": (Esplendidos registos pelo mestre Previn à frente dos músicos londrinos nos
                anos 70 e em Los Angeles nos anos 80. Interpretações vivas e sonoridades
                coloridas a não perder também.)
                EMI: [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]
                Philips: [I-IV] [youtube]







  • Berliner Philharmoniker
  • Herbert von Karajan
  • Deutsche Grammophon, 400 034-2 GH
"o belo": (A articulação de Karajan junta-se ao som polido e acolhedor da orquestra
                de Berlim, nesta versão repleta de graciosidade e calor. Um registo de
                referência e uma excelente escolha também.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]






  • The Saint Paul Chamber Orchestra
  • Hugh Wolff
  • Teldec, 9031-77309-2
"o belo": (Som exuberante e rotação elevada. Uma interpretação confiante oferecida
                por Wolff e o seu magnífico agrupamento norte americano. Uma escolha de
                qualidade.)
                [I-IV] [allmusic], [II] [youtube], [II] [spotify], [IV] [spotify]




 
 
   
✰ Outras sugestões:
  • Seiji Ozawa/Berliner Philharmoniker/Deutsche Grammophon, 431 614-2 GX4 (Para os amantes do meio-fundo... Ozawa demora a dizer, mas nós entendemos.)  [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]




  • Stephen Gunzenhauser/Slovak Philharmonic Orchestra/Naxos, 8.553218 (Som cheio e interpretação vincada. Uma boa escolha.), [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]




  • Enrique Bátiz/London Philharmonic Orchestra/EMI, CDC 7 49055 2 (Sonoridade atmosférica, interpretação ágil e fresca. O estrilho do trompete era desnecessário, mas pode haver quem goste. A descobrir.), [I-IV] [spotify]






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Sergei Prokofiev [São Petersburgo, 1918]



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Um exemplar dos "Primeirinhos" (1987)



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