segunda-feira, 24 de abril de 2023


78. Ravel: Ma Mère l'Oye, Bolero, Rapsodia española, Alborada del gracioso, La valse, Le Tombeau de Couperin, Pavane pour une Infante défunte |

"Ma Mère l'Oye" de Ravel e a expressão do impressionismo de cá e de lá dos Pirinéus






Para ti André, que estás de parabéns, e às aventuras passadas dos dois lados dos Pirinéus que te fazem crescer.






As recentes experiências da prole far-me-iam pensar estes dias
 na música do francês Maurice Ravel (1875-1937) e a ouvir algumas das suas obras que mais me seduzem a uma audição renovada.
Maurice nunca deixaria de alimentar a sua face de menino, e isso pode ser de certa forma confirmado com o nascimento do seu bailado Ma Mère l'Oye [MMO], sendo importante recordar também as suas raízes e a influência que teriam na sua obra.
Ravel nasceria na localidade de Cibourne, na região de Saint-Jean-de-Luz, o que, como a própria designação faria suspeitar, ficaria sob os Pirinéus banhados pelo Atlântico, entre a França "do Saint-Jean" e a Espanha "de Luz". Supõe-se que herdaria a racionalidade e elegância do seu pai Joseph, um engenheiro (mecânico, claro) Suíço, e o sentimento e a paixão da sua mãe Marie, uma senhora de origem basca, dedicada à família, uma ocupação de valor que desempenharia até ao fim dos seus dias. Ora, como já poderão ter percebido, as restantes obras que escolhi para esta degustação auditiva terão tudo a ver com isto, com o lirismo franco-suíço de um "Bonjour chéri. Croissant au fromage?" e a fogosidade basco-espanhola do "Hola chico! Pan con jamón!". La valse [LV], o Le Tombeau de Couperin [TC] e a Pavane pour une Infante défunte [PID] ser-nos-ão dadas a provar pelo "cher" Maurice, enquanto a confeção do Bolero [B], da Rapsodia española [RE] e da Alborada del gracioso [AG] ser-nos-á providenciada pelo "chico" Ravel. Comecemos então a prova, a Ma Mère l'Oye em primeiro lugar e as outras à medida que foram "cocinadas" pelo "chef" Maurice Ravel. 


Ravel ter-se-á inspirado nos contos infantis de Charles Perrault, Marie-Catherine d'Aulnoy e Jeanne-Marie Leprince de Beaumont, que teria ouvido na infância, para escrever Ma Mère l'Oye. Inicia a sua composição em 1908 como um conjunto de cinco peças para piano a quatro mãos e o propósito de as dedicar a Mimi e Jean, os dois filhos dos seus amigos Cipa e Ida Godebski. Solteiro e sem filhos, Maurice adora crianças, partilhando com prazer o seu mundo de fantasia, sendo conhecido o lado infantil que manteria toda a vida, um lado muitas vezes reflectido nos momentos de aborrecimento durante as festas de adultos em que era apanhado a brincar com os mais novos, gravitando com entusiasmo entre os brinquedos disponíveis na sala de convívio dos mais pequenos.
Teria sido na casa de campo do casal Godebski, "La Grangette", em Valvins, que o compositor mostraria a obra a Mimi e Jean, encorajando-os a aprenderem a tocar as cinco peças. No entanto, o trabalho árduo que seria necessário para a aprendizagem da obra teria impressionado mais as crianças que a própria dedicatória, acrescentando-se também a angústia que sofreriam com a ideia de terem de dar a primeira apresentação pública. O receio de uns seria a oportunidade de outros, e, assim, na vez de Mimi e Jean seriam as jovens Jeanne Leleu e Geneviève Durony quem estreariam estas peças no dia 10 de Abril de 1910, num concerto promovido pela Société Musicale Independante.
O potencial orquestral e coreográfico das peças era notório, pelo que Ravel viria a ser aconselhado pelo seu editor Jacques Durand a orquestrá-las, tendo-lhe sido também encomendado um bailado por Jacques Rouché, o director do Théatre des Arts de Paris, que por aquela altura estaria focado em apresentar uma alternativa aos Ballets Russes de Sergei Diaghilev que dominavam a vida musical de Paris.
O compositor escreveria o bailado no final de 1911 e estreá-lo-ia em Janeiro de 1912, transformando as cinco peças para piano originais, alterando a sua sequência e acrescentando um prelúdio e uma dança, para além da introdução de interlúdios que serviriam para ligar os andamentos, conferindo-lhe assim a fluidez necessária ao desenvolvimento da acção. O cenário imaginado pelo próprio compositor, utilizaria a história da Bela Adormecida (La Belle au bois dormant) para envolver os vários quadros sonoros que seriam representados como os sonhos da protagonista com as personagens de outras histórias de encantar, como seriam O Polegarzinho (Petit Poucet) ou A Bela e o Monstro (La Belle et la Bête).
A obra divide-se em sete partes. Inicia-se com o Prélude [1] que estabelece a atmosfera de conto de fadas e antecipa alguns dos temas que virão a seguir. Na Danse du Rouet et Scène [2] imaginamos a Princesa Florine a picar o dedo no fuso da roda, a ser amaldiçoada pela sua madrasta, a Rainha Má, e a ser posta a dormir por cem anos. A Pavane de la Belle au bois dormant [3] mostrar-nos-ia a Fada Boa a conjurar o sonho que entreteria a Princesa durante o seu longo sono. Em Les entretiens de la Belle et de la Bête [4] percebemos as palavras apaixonadas trocadas entre a Bela e o Monstro já transformado em Príncipe. O Petit Poucet [5] surgiria depois, com o rasto de migalhas deixado no chão da floresta para indicar o caminho de regresso a casa e o apetite da passarada a dificultar essa pretensão. A personagem com quem sonharíamos a seguir seria a bela Laideronnette, Impératrice des Pagodes [6], transformada na mulher mais feia que pudesse-mos imaginar, mas que retornaria ao seu estado normal após um banho em águas mágicas, e esta obra-prima acabaria logo depois com um beijo de amor e Apothéose, Le jardin féerique [7], com o Príncipe a acordar a Princesa Florine e a viverem felizes para sempre... como tem de ser. 


A Rapsodia española data de um dos períodos mais férteis de Ravel. Seria composta em 1907, embora a origem do seu terceiro andamento, a Habanera, remonte à Pièce en forme de habanera da sua colectânea de peças para piano, Sites Auriculaires, que teria escrito em 1895 enquanto estudava no Conservatório de Paris. Esta obra viria a demonstrar o orgulho de Ravel nas suas origens espanholas e o seu domínio da orquestração, surpreendendo de forma inesperada os seus colegas, nomeadamente o seu amigo Manuel de Falla, que chegaria inclusive a afirmar: "Possui um carácter genuinamente espanhol, alcançado não apenas com o uso directo de melodias populares, mas também através dos seus ritmos e sensibilidade pela música tradicional espanhola".
Esta obra seria composta em quatro andamentos, com cada um deles a apresentar o carácter próprio e o colorido sonoro para de certa forma descrever o dia de passeio que o compositor teria passado no sul de Espanha. Começaria com o Prélude à la nuit [15], com a sua atmosfera calma e a evocação do cheiro a flores no ar da noite. Depois, chegaria a exuberante Malagueña [16], uma dança parecida com o fandango proveniente da província de Málaga, com os solos contrastantes de trompete e corne inglês. A seguir viria a Habanera [17], uma canção descrita pelo próprio compositor com a anotação na partitura autografada: "Na terra de flagrâncias fustigada pelo sol", para logo depois acabar em festa, com as melodias populares da Feria [18] a mostrarem-se como o que diria um dos seus biógrafos: "Brilhando com a luz do sol", o mesmo sol que seguramente encadearia os ouvidos de Edouard Colonne no dia em que a viria a dirigir pela primeira vez, naquela primavera parisiense de Março de 1908.


Inspirada na dança popular dos sécs. XVI e XVII, a Pavane pour une Infante défunte [8], uma das mais belas obras de juventude de Ravel, seria escrita em 1899 para piano, vindo a ser orquestrada onze anos depois, em 1910, por um compositor reconhecidamente mais maduro e conhecedor da palete de sons que o viriam a imortalizar. Os caracteres elegíaco e contemplativo sobressaem nesta Pavane, um nome que segundo o próprio compositor, teria sido escolhido atendendo exclusivamente às qualidades sonoras das próprias palavras e da obra, desencorajando, deste modo, a conjectura de que se trataria de um lamento sobre uma infanta falecida, orientando a ideia musical para uma eventual pavane que uma jovem princesa, na corte daquela época, tivesse alguma vez dançado em vida. Ravel chegaria inclusive a ficar irritado por aqueles que de forma insistente lhe pediam para identificar o nome da suposta infanta, e por outros ainda que tocavam a peça tão lentamente, que davam a impressão de que seria a pavane a fechar os olhos pela última vez, ao invés da incógnita infanta.
Esta obra-prima de simplicidade iria nascer para o público no dia 25 de Dezembro de 1911, pela Orchestre des Concerts Lamoureux com direcção de Alfredo Casella, e dançada sem precedentes no Lincoln Center de Nova Iorque na comemoração do centenário do compositor, em Maio de 1975. Teria sid"o belo" ver a coreografia de Balanchine nesse mês, aquele em que também o destino me faria abrir os olhos pela primeira vez.


O gosto de Ravel pelas "paisagens" mediterrânicas não poderia ficar mais bem demonstrado do que com a sua Alborada del Gracioso [14]. O brilho daqueles primeiros raios de sol e do suor luxuriante àquelas temperaturas "calientes" seria transcrito para as notas da quarta peça para piano do seu ciclo Miroirs, escrito em 1905. Vários anos mais tarde, já em 1918, o compositor viria igualmente a orquestrar a obra, explorando os timbres rítmicos e utilizando uma enorme secção de percussão inspirado nas vivências de um eventual "gracioso" no panorama de uma suposta "alborada" mediterrânica.
Segundo se consta, uma "alborada" seria uma serenata matinal espanhola, por sinal bastante conhecida na Galiza, enquanto um "gracioso" seria uma de duas coisas (que inúmeras vezes se confundem uma na outra...): um cavalheiro atraente ou um bobo jocoso. Ao fazer-mos fé na primeira, então poderemos imaginar um pretendente seguramente bem afinado (vulgo fagote), que de forma confiante se encarregaria de acordar suave e melodiosamente a sua ensonada predestinada sem acrescentar níveis a um eventual mau humor matinal, ao passo que, se a segunda for a nossa escolha, então poderemos especular que a afinação deixaria certamente algo a desejar, só que ninguém daria conta porque todos os olhares estariam postos no entretenimento do eloquente menestrel (vulgo tutti). Fosse qual fosse o plano escolhido, ambos seriam de igual modo sagazes na obtenção do merecido prémio, que, pelo que é conhecido acima (e, já agora, abaixo...) do Rio Minho, geralmente começaria com um sorriso gracioso e acabaria com um corpo esgotado há primeira luz da alvorada.
Depois de tudo isto, e contrariamente ao que poderíamos esperar, a estreia ocorrida em Paris em 1919 viria a ser acolhida pelo público com quietude e um silêncio confrangedor. Faltar-lhe-ia, talvez, conhecer a profundidade do Hola e viver o desígnio do Olé.


Le Tombeau de Couperin viria a ser a última obra que Ravel escreveria para piano. O compositor começaria a compor a colectânea de seis peças em 1914, mas só viria a terminá-la três anos depois com o despoletar da 1ª Guerra Mundial um pouco por toda a Europa.
Apesar do seu patriotismo, a frágil constituição física de Ravel seria um entrave à vontade de se alistar e defender a nação. Na realidade, o compositor só a muito custo seria aceite no exército, tendo vindo a desempenhar a função de motorista no transporte de tropas até 1917, ano em que uma crise de disenteria e a notícia do falecimento da mãe o fariam desmobilizar e retornar à composição desta obra.
Ravel voltaria ao passado para encontrar a inspiração necessária à composição, e seria no séc. XVIII e na tradição do "Tombeau", ou peça de homenagem, que a encontraria. Á primeira vista poderíamos pensar que esta obra seria a homenagem do compositor ao grande cravista francês François Couperin, mas, na realidade, a mesma serviria para homenagear a música barroca francesa em geral, enquanto honrava também os compatriotas que haviam falecido na guerra, tendo o compositor vindo a dedicar de forma tocante cada um dos seus movimentos a algum amigo caído na frente de batalha.
A necessidade de ligar a antiguidade aos novos tempos obrigaria Ravel a manipular habilmente as antigas formas de dança, como a forlane ou o rigaudon, e a dar-lhes uma visão dos tempos modernos, o que resultaria numa obra de elevado grau de virtuosismo, principalmente para o oboé que nos andamentos mais rápidos tem de corresponder às exigências da música como se de um piano se tratasse.
A versão orquestral da obra surgiria em 1919, tendo o compositor mantido quatro andamentos: o Prélude [9], Forlane [10], Menuet [11] e o Rigaudon [12], e omitido os outros dois originais, uma Toccata e uma Fuga. A sua estreia aconteceria no dia 28 de Fevereiro de 1920, mas já antes, a 11 de Abril de 1919, se haviam homenageado seis amigos caídos com a sensibilidade do piano de Marguerite Long, no silêncio da Salle Gaveau. Faziam 150 noites que não se ouvia um troar de artilharia em Paris.


É possível que Ravel se tenha virado para o outro lado da Europa e escrito a sua maravilhosa La Valse [19] motivado de alguma forma pela frieza com que os parisienses haviam recebido a sua Alborada del Gracioso.
A ideia de compor uma obra inspirada na Viena Imperial ser-lhe-ia dada por Sergei Diaghilev em 1919, na tentativa de retomar uma amizade que teria saído beliscada com as peripécias resultantes da encomenda do bailado Daphnis et Chloé pelos Ballets Russes. No entanto, o ramo de oliveira (claro) não se mostraria eficaz, levando mesmo Diaghilev a rejeitar a obra alegando que: "É uma obra-prima... mas não é um bailado. É um "retracto" de um bailado... é uma "pintura" de um bailado". No fundo Diaghilev teria razão, o que não implicaria que mesmo assim a obra não se pudesse dançar com sucesso. Curiosamente, seria isso o que aconteceria, de forma sucessiva e um pouco por toda a parte, à medida que o pó baixava entre estas duas personagens marcantes, mas que, contudo, não mais viriam a colaborar entre si. Sergei pedia ballet, Maurice fornecia poème chorégraphique, os melómanos que ainda hoje retornam vezes sem conta a esta La Valse notarão pouca diferença. Assim é quando se presencia o génio numa das mais poderosas e perturbadoras peças de música do séc. XX.
O compositor haveria de fornecer um breve cenário a esta música, colocando a acção na Corte Imperial por volta de 1855 para eventualmente justificar a presença do compasso ternário tornado famoso por Johann Strauss. Na realidade, apesar das suas raízes vienenses serem visíveis, com os seus accelerandos e ritardandos, as dinâmicas exageradas e os glissandos, a mesma começa a revelar uma atmosfera diferente, como se de uma dissecação da valsa se tratasse, com a glória apoteótica de Viena e ser trocada pela decadência e pesadelo frutos daquele tempo. Ainda assim, não haveria melhor olhar que descrevesse esta música que o do próprio Ravel com estas mesmas palavras: "É uma espécie de apoteose da valsa vienense, combinada com um fantástico movimento giratório para a morte".
La Valse seria estreada em concerto em Dezembro de 1920, pela Orchestre Lamoureux dirigida por Camille Chevillard, e dançada pela primeira vez em 1929, no palco da Ópera de Paris, por Ida Rubinstein e a sua companhia de bailado. Perdoem-me a ousadia da suposição, mas ter-se-ia seguramente estreado naquele público a histeria e o frenesim caótico sonoro com aquela "espécie de apoteose da valsa vienense, combinada com um fantástico movimento giratório"... para a vida eterna. 


Acerca do Bolero [13], é interessante partirmos do comentário que Ravel faria ao seu amigo Arthur Honneger, de que teria escrito apenas uma obra-prima mas que a mesma não conteria nenhuma música. Tratando-se de uma obra que desafia a tradição de uma música ocidental cuidadosamente normalizada, de certa maneira este comentário até que faria algum sentido. O que nos é proposto pelo compositor, é que escutemos uma melodia apelativa apresentada de forma repetitiva por cada um dos vários instrumentos de uma grande orquestra (saxofones incluídos, como não poderia deixar de ser), com os seus timbres específicos e o crescendo progressivo a serem os únicos elementos diferenciadores na música. Esta combinação serviria o propósito de hipnotizar o ouvinte até ao clímax final, que surgiria com a libertação de toda a tensão acumulada sob a forma de uma orquestra excitada, com os metais a rebentar em fff (quão loucos seriam aqueles anos 20... mesmo sem a Bo Dereck...).
Apesar de podermos encontrar alguma da atmosfera da "fiesta" espanhola, esta música não seria realmente um verdadeiro bolero, com o compositor a dar-nos essa ideia num dos seus textos autobiográficos: "Em 1928, a pedido de Ida Rubinstein, eu compus um "Bolero" para orquestra. É uma dança bastante lenta e uniforme em toda a sua melodia, harmonia e ritmo, este último marcado sem cessar pela caixa. Um único elemento variável é fornecido por um "crescendo" orquestral".
Ravel escreveria então esta obra em 1928, mas a mesma seria composta quase por acidente, ou, no mínimo, em circunstâncias desesperantes. No verão desse ano, Ida Rubinstein pediria ao compositor que lhe escrevesse um bailado para a temporada que se avizinhava. Ele consentiria, mas na vez de escrever uma peça original viria a propor-lhe a orquestração de Iberia, uma peça para piano do compositor Isaac Albéniz. Seria apenas mais tarde que Ravel teria conhecimento de que os direitos de orquestração da obra pertenceriam a Enrique Arbos, levando-o a voltar-se rapidamente (e repetidamente, poderão dizer algumas más línguas) para o Bolero, que por essa altura já teria data de apresentação marcada para o dia 22 de Novembro de 1928, vindo nessa ocasião a ser dançado na Ópera de Paris por Ida Rubinstein, com coreografia de Bronislava Nijinska, irmã de Nijinsky, e direcção musical de Walther Straram, tal como havia sido combinado.
Apesar de "não conter nenhuma música", esta obra viria a ser estreada também em concerto a 11 de Janeiro de 1930, pela Orchestre Lamoureux e direcção nada mais nada menos do que do "crítico" Maurice Ravel. A fama como peça de concerto manter-se-ia a partir daí, a repetição poderia ser monótona, mas a sequência de mudanças de cor mostrava-se caleidoscópica.

 
Nuno Oliveira     
       



"Ma Mère l'Oye"
[Aventuras...

"Bolero"
"Rapsodia española"
"Alborada del gracioso"
... do lado de cá...

"La valse"
"Le Tombeau de Couperin"
"Pavane pour une Infante défunte"
...e de lá dos Pirinéus.]



✨ Extractos que proponho para audição: (Ma Mère l'Oye e outros)
      (nota: ver também publicações nº 16, 33 e 34)
  • Orchestre Symphonique de Montréal
  • Charles Dutoit
  • Decca, 410 254-2 DH
"o belo": obras completas com destaque para o final de MMO, PID e o Rigaudon do
                TC (A interpretação que coloca esta música no lugar de destaque que merece.
                Pormenores levados ao extremo, elegância e expressividade. Um acontecimento
                profundo a não perder.), com alguns destaques, identificados a seguir;
                MMO: [1] tutti (Impressionismo é quando sonhamos com um conto de fadas...)
                [youtube] 
                [2] tutti (e pensamos que o vivemos...) [youtube]
                [3] madeiras (adormecidos pelas belas madeiras do bosque...[youtube]
                [4] tutti (embalados pelas duas faces de uma valsa, uma bela, outra grotesca...)
                [youtube]
                [5] cordas e madeiras (a ouvir a passarada à solta...) [youtube]
                [6-7] flauta, oboé e percussão, aos 0:00-1:08 e 2:43-3:32 (e "o belo" som das
                brincadeiras de criança a oriente da nossa imaginação...); tutti, aos 4:50-6:44
                (com a impressão digital d"o belo" amor...); violino, 6:45-7:56 (cheio de
                expressividade...) tutti, aos 7:57-9:18 (até ao despertar do sonho.) [youtube]
                PID: [8] tutti e trompa (6:35 de icónico e maravilhos"o belo", com 3" de música
                arrepiante, aos 5:04-5:07.) [youtube]
                TC: [9] oboé (O Ravel que nos dá asas...) [youtube]
                [10] tutti (dialoga connosco...) [youtube]
                [11] oboé (sensibiliza-nos...) [youtube]
                [12] madeiras (e oferece-nos "o belo" convite à dança.) [youtube]






  • City of Birmingham Symphony Orchestra
  • Simon Rattle
  • EMI, CDC 7 54204 2
"o belo": (Apresentações refinadas e com um realismo surpreendente. Destaque para
                o mistério de MMO, a decadência de LV e a sensualidade de AG. Um registo
                magnífico, com o melhor de Rattle, a não perder também.)
                MMO: [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube],
                [6] [youtube], [7] [youtube]
                AG: [14] [youtube]
                LV: [19] [youtube]






  • Orchestre de L'Opéra National de Lyon
  • Kent Nagano
  • Erato, 0630-14331-2
"o belo": (Interpretação de excelência pela orquestra francesa e o mestre Nagano.
                Som delicioso, com pormenores de música de câmara e colorido sonoro
                exótico. A PID chega a roçar "o belo" sobrenatural. Uma escolha fabulosa.)
                MMO: [1-7] [allmusic]
                PID: [8] [youtube]
                TC: [9-12] [allmusic]
                AG: [14] [allmusic]






  • Boston Symphony Orchestra
  • Bernard Haitink
  • Philips, 454 452-2 PH
"o belo": (Ambiente acolhedor e sonoridade quente. A sensibilidade do mestre Haitink
                para com esta música é elevada e o resultado só poderia ser uma interpretação
                replecta de expressividade e imaginação. Um clássico a pôr na estante.)
                MMO: [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube],
                [6] [youtube], [7] [youtube]
                RE: [15] [youtube], [16] [youtube], [17] [youtube], [18] [youtube]
                LV: [19] [youtube]






  • London Symphony Orchestra
  • Claudio Abbado
  • Deutsche Grammophon, 415 972-2 GH
"o belo": (Som luxuriante e poderoso, com a visão sofisticada do mestre Abbado e os
                solos de violino em MMO a fazerem-nos viajar. Uma excelente escolha também.)
                MMO: [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube],
                [6] [youtube], [7] [youtube]
                PID: [8] [youtube]
                B: [13] [youtube]
                RE: [15] [youtube], [16] [youtube], [17] [youtube], [18] [youtube]






  • London Symphony Orchestra
  • Michael Tilson Thomas
  • CBS, MK 44800
"o belo": (Visão carismática de Tilson Thomas e interpretação virtuosística dos
                músicos londrinos. Sonoridade calorosa e atmosfera evocativa. Um registo
                sedutor e uma fantástica opção.)
                MMO: [1-7] [allmusic], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube],
                [6] [youtube], [7] [youtube]
                B: [13] [youtube]
                RE: [15-18] [allmusic], [18] [youtube]






  • Boston Symphony Orchestra
  • Charles Munch
  • RCA, GD86522
"o belo": (Os timbres vivos dos primórdios do stereo daquele ano de 1958
                escutam-se de forma cristalina. Interpretação brilhante, onde se sente o
                desgaste das impressões digitais nas cordas (aquela Malagueña...). Os
                condimentos "de cá" são realmente dominados pelo "chef" de lá. Spicy.)
                MMO (ext.): [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube], [6] [youtube], [7] [youtube]
                PID: [8] [youtube]
                B: [13] [youtube]
                RE: [15] [youtube], [16] [youtube], [17] [youtube], [18] [youtube]
                LV: [19] [youtube]




 
   
✰ Outras sugestões:
  • Jukka-Pekka Saraste/Scottish Chamber Orchestra/Virgin, VC 7 90744-2 (Sonoridade natural, acústica brilhante e virtuosismo interpretativo, com destaque para as madeiras. Um registo a ter em conta.), MMO: [1-7] [allmusic], [3] [youtube], [7] [youtube]; PID: [8] [youtube]





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✨ Extractos que proponho para audição: (Outros sem Ma Mère l'Oye)
      (nota: ver também publicações nº 16, 33 e 34)
  • Orchestre Symphonique de Montréal
  • Charles Dutoit
  • Decca, 410 010-2 DH
"o belo": obras completas com destaque para AG, a Feria da RE e LV (Interpretações
                de referência, com destaque para a espontaneidade e o detalhe. O brilhantismo
                orquestral, com a orquestra a reagir como se tratasse da própria extensão do
                maestro, é evidente. Um registo para usufruir calmamente da audição completa
                da paleta de cores. A não perder.), com alguns destaques, identificados a seguir;
                B: [13] tutti... à vez (O mítico exemplo de economia circular musical. O saxofone
                tenor brilha alto;) aos 5:00-5:45.) [youtube]
                AG: [14] tutti e fagote ("o belo" canto "de cá" pelo olhar "de lá".) [youtube]
                RE: [15] tutti (O misticismo e sedução que só a noite de Ravel pode oferecer.)
                [16] tutti e trompete (E o trompete diz olá com um olé (4:56).)
                [17] tutti (Uma dança para cantar.)
                [18] tutti ("o belo" retracto sonoro das cores típicas do lado "de cá".) [youtube]
                LV: [19] tutti (Tudo é "o belo" nesta obra-prima da música ocidental.) [youtube]






  • Chicago Symphony Orchestra
  • Fritz Reiner
  • RCA, GD60179
"o belo": (Um registo icónico, que merece um lugar especial em cada colecção.
                É impressionante como a sensualidade sonora captada em 1956 consegue
                chegar aos nossos dias com tamanha incandescência. Um clássico intemporal
                e obrigatório.)
                PID: [8] [youtube]
                AG: [14] [youtube]
                RE: [15] [youtube], [16] [youtube], [17] [youtube], [18] [youtube]






  • Dallas Symphony Orchestra
  • Eduardo Mata
  • RCA, VD 60611
"o belo": (Magnífica interpretação dos músicos texanos e direcção personalizada do
                mestre Mata a oferecer a sensualidade "de cá", a elegância "de lá" e os poderosos
                clímaces "de cá e lá". Uma escolha de qualidade, a não perder também.)
                TC: [9] [youtube], [10] [youtube], [11] [youtube], [12] [youtube]
                B: [13] [youtube]
                AG: [14] [youtube]
                RE: [15] [youtube], [16] [youtube], [17] [youtube], [18] [youtube]
                LV: [19] [youtube]






  • The Cleveland Orchestra
  • Pierre Boulez
  • Deutsche Grammophon, 00289 479 7248 GB8
"o belo": (Sensibilidade e pezinhos de lã por um intérprete de referência desta música:
                o mestre Pierre Boulez. Uma maravilhosa escolha a ter em conta.)
                PID: [8] [youtube]
                TC: [9] [youtube], [10] [youtube], [11] [youtube], [12] [youtube]







  • Detroit Symphony Orchestra
  • Neeme Järvi
  • Chandos, CHAN 8996
"o belo": (Interpretação directa e elegante, com pianíssimos espectaculares e clímaces
                bem marcados. A velocidade sente-se, mas os movimentos são da valsa vienense
                e o tempo é de bolero. PS. o sax é de Detroit. Uma boa opção.)
                B: [13] [youtube]
                LV: [19] [youtube]






  • City of London Sinfonia
  • Richard Hickox
  • Virgin, VC 7 90765-2
"o belo": (Á sonoridade viva com uma "melange" de calor e frescura, juntam-se
                deliciosos solos nas madeiras "et voilá": um fenomenal Tombeau do lado "de lá"!)
                TC: [9] [youtube], [10] [youtube], [11] [youtube], [12] [youtube]











✰ Outras sugestões:






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Maurice Ravel [Soldado na 1ª Guerra Mundial, Frente Francesa próximo de Verdun, Março/1916]





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"Aventuras de cá e de lá dos Pirinéus"

Viagem de estudo em Espanha e França [San Sebastián, Espanha, 21-02-2023]


Futuroscope [Poitiers, França, 20-02-2023] e Museu Guggenheim [Bilbao, Espanha, 18-02-2023]




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Salle Gaveau [Paris, Abril/2013]


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