quinta-feira, 31 de dezembro de 2020


48. Mendelssohn: concerto p/ violino |

Um concerto para violino entre Felix Mendelssohn e Ferdinand David... e a extensão de um laço umbilical a partir do nº 14 da Grossen Michaelisstrasse.






Para o violino da MEniNA!
Felicidade e sorte no sapatinho.
Música debaixo do pinheirinho. 






Felix Mendelssohn (1809-1847), o prodígio musical alemão, nasceria em Hamburgo a 3 de Fevereiro de 1809, numa casa onde, curiosamente um ano depois, a 16 de Junho, viria de igual modo a nascer Ferdinand David, o violinista e amigo com quem partilharia toda a sua curta vida terrena de trinta e oito anos de existência. Esse dia de Verão começava, assim, com uma amizade verdadeira no nº 14 da Grossen Michaelisstrasse.  
Desde muito cedo que Felix apresentaria dotes geniais para a música, pelo que viria a estudar composição com Carl Friedrich Zelter a partir de 1817, em Berlim, cidade para onde a sua abastada família e respectiva actividade bancária, sinónimo também de negócio de família (sempre importante, e, contudo, de menor relevância neste caso, porque falamos de verdadeiro génio), tinham mudado em 1811. Em 1833, aos vinte e quatro anos, viria a desempenhar o primeiro cargo remunerado na direcção musical de Dusseldorf, deixando posteriormente essa cidade, em 1835, para liderar a Orquestra da Gewandhaus de Leipzig e viver numa cidade que o viria a deixar inúmeras vezes feliz a partir do pódio do maestro, com o seu velho amigo Ferdinand ao seu lado, no lugar do concertino, uma posição que viria a desempenhar por mais de trinta anos, e próximo de todos os músicos de uma orquestra que florescia com a sua liderança, e que, por essa razão, lhe trazia a elevada admiração e consequente estima por todos aqueles que escutavam a sua arte suprema!
De visita à sua família em Berlim no Verão de 1838, Felix viria a escrever ao amigo Ferdinand: "Eu preferia escrever-te um concerto para violino para o próximo Inverno: um em mi menor cuja abertura não me tem deixado em paz, a correr de um lado para o outro dentro da minha cabeça". A criação teria germinado ali, mas passariam sete anos ainda até que o concerto visse a luz do dia. Na realidade, aquela que viria a ser a sua obra a solo mais popular tornar-se-ia num "parto muito difícil de suportar" (à semelhança do que o norte-americano Aaron Copland dissera também um dia acerca da sua própria experiência como compositor, aparentemente uma actividade natalícia muito próxima da extrema unção), com muitas dúvidas sobre se possuiria a capacidade necessária para criar "o" algo "brilhante" que David tão bem desejava, embora a correspondência trocada entre ambos mostrasse não só as ofertas de encorajamento deste, como também o trabalho que realizaria próximo do compositor, aconselhando-o e guiando-o pela escrita violinística, gestos que Mendelssohn não esqueceria e não deixaria de agradecer, como se pode testemunhar pela carta que escreve a 1 de Março de 1839, de Leipzig, a William Horsley, um amigo que teria em Londres, numa altura em que David iria viajar para Inglaterra e, por essa razão, necessitaria decerto de alguma hospitalidade: "O sr. David, que conheço desde jovem, é um dos músicos mais eminentes, um violinista muito distinguido e o concertino da nossa orquestra, e embora o admire enquanto artista, ele tem o meu maior respeito enquanto homem, porque, na realidade, existirão poucos músicos tão ausentes de vaidade, tão pouco afectados e tão admiradores da sua arte e dos seus progressos". Uma amizade forte, sem dúvida, a que corresponderia a necessária extensão umbilical... até Londres.
A juntar a todas essas incertezas, surgiriam ainda outras razões para que a escrita deste concerto fosse deixada sucessivamente de parte. Em 1840, o recém-coroado Imperador Frederico Guilherme IV ofereceria a Mendelssohn a direcção do departamento de música da Academia de Artes de Berlim, na tentativa soberana de transformar esta cidade num centro cultural de prestígio. Surge, desta forma, a mudança em 1941 para Berlim, e a dura realidade que o compositor não imaginaria que pudesse acontecer, tendo em conta o upgrade que a sua carreira estaria aparentemente a viver. Com efeito, Mendelssohn aperceber-se-ia pela primeira vez do quão elevada poderia ser a discrepância entre as suas necessidades artísticas e a possibilidade de as conseguir concretizar. A burocracia generalizada, a falta dos fundos necessários e a ignorância instalada, impediam o funcionamento que pretendia para a escola, levando-o mesmo a afirmar que: "O primeiro passo de saída de Berlim é o primeiro passo para a felicidade"... passo que viria a dar em 1843, a caminho, uma vez mais, de Leipzig, cidade onde já fôra feliz e onde viria a fundar uma importante escola, o Conservatório de Leipzig, o primeiro conservatório alemão e uma instituição que chegaria com o seu nome até aos nossos dias. Neste, como noutros casos também, a perda de uns terá sido, efectivamente, o ganho de outros.
Todavia, nem tudo o que teria vivido naquela época viria a ser mau. Em boa verdade, terão existido alguns momentos de alegria e felicidade, principalmente os que terá usufruído junto do seu círculo familiar que tanto estimava. O Verão de 1844 seria passado pela família Mendelssohn na pequena cidade termal de Bad Soden, e seria ali, junto dos seus, que Felix viria a recuperar do cansaço de uma das suas inúmeras viagens a Inglaterra, a sua oitava neste caso, e a usufruir de umas férias restabelecedoras, como aliás viria a escrever a partir do seu apartamento da Villa Nassivia: "...deitava-me debaixo de macieiras e grandes carvalhos... muitas vezes comia morangos ao lanche, ao almoço e ao jantar, bebia água mineral Asmannshäuser e levantava-me às seis em ponto depois de já ter dormido por nove horas e meia". Um ambiente idílico, imagino, e uma dieta à base de fruta, extremamente relaxante, suponho, que terão seguramente contribuído para encarcerar algumas memórias berlinenses e libertar um Concerto para violino e orquestra, em mi menor, op. 64, a 16 de Setembro. 
Mendelssohn, no entanto, continuaria insatisfeito com o resultado a que chegara e que iterativamente se esforçaria por melhorar, e, ao que parece, a sua insegurança acerca do valor da obra continuaria a persistir até aos últimos instantes da estreia prevista para Março do ano seguinte, como aliás nos faz acreditar pela carta que escreverá a David, a partir de Frankfurt, em 12 de Dezembro de 1844: "Hoje tenho um favor a pedir-te. Enviei a partitura do concerto para violino à Breitkopf & Härtel, que pode ser copiada para as partes. Mudei algumas coisas também na parte solista, que espero tenham sido melhorias. Mas o que eu gostava, em particular, era que me desses a tua opinião sobre tudo isto antes de se enviar a música para a irrevogável impressão". A essa carta, o compositor juntaria a lista das partes das quais não só quereria a opinião do dedicatário Ferdinand David, mas também a do colega dinamarquês, Niels Gade, que iria conduzir a estreia a 13 de Março de 1845 na Gewandhaus de Leipzig.
Nessa noite de estreias, dar-se-iam finalmente a conhecer ao mundo as melodias de uma amizade sem pausas, ligadas entre si por três andamentos... sem intervalos, num diálogo constante entre amigos, o solista-David e a orquestra-Mendelssohn, desde a primeira nota, pelo que se dispensar-se-ia a habitual introdução orquestral inicial, desnecessária entre os dois desde 1810. A interpretação "para que os anjos rejubilem nos céus" prometida pelo seu amigo David, ter-lhe-á sido honradamente oferecida, o que elevaria o concerto a obra-prima aclamada a partir desse instante, um amor à primeira vista que viria a ser amado na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida...        
             
Nuno Oliveira




"Concerto p/ violino, em mi menor, op. 64"


✨ Extractos que proponho para audição: (ver também publicações nº 50, 70 e 82)
  • Nigel Kennedy
  • English Chamber Orchestra
  • Jeffrey Tate
  • EMI, CDC 7 49663 2
"o belo": toda a obra (Interpretação incrivelmente destemida e fantasiosa, suportada
                magnificamente pelo maestro inglês. O optimismo que envolve cada nota é
                sentido de forma maravilhosa, num dos melhores registos da arte de Kennedy,
                juntamente com um Bruch também de excelência. A não perder!);
                I - violino, tutti, (Narrativa poética...[youtube]
                II - violino, tutti (A expressão masculina também pode ser doce![youtube]
                III - violino, tutti (O triunfo da graciosidade...) [youtube]






  • Maxim Vengerov
  • Gewandhausorchester Leipzig
  • Kurt Masur
  • Teldec, 4509-90875-2
"o belo": (Expressividade ao limite, espiritualidade e virtuosismo avassalador.
               A experiência que o jovem Maxim, aos 19 anos, deixou nas paredes da 
               Gewandhaus terão certamente deixado Felix feliz. Sou fã!
               PS. O Bruch é brutal!)
               [youtube], II [youtube], III [youtube]






  • Cho-Liang Lin
  • Philharmonia Orchestra
  • Michael Tilson Thomas
  • CBS, MDK 44902
"o belo": (Interpretação repleta de poesia e emoção. Um dos clássicos intemporais
               de Lin. Simplesmente maravilhoso.)
               I-III [allmusic]III [youtube]






  • Kyoko Takezawa
  • Bamberger Symphoniker
  • Claus Peter Flor
  • RCA, 09026 62512 2
"o belo": (Sonoridade delicada e interpretação apelativa, repleta de alegria e
               sensibilidade. A floresta aqui é de bonsais. Magnífica escolha.)
               [youtube], II [youtube], III [youtube]






  • Anne-Sophie Mutter
  • Gewandhausorchester Leipzig ou Berliner Philharmoniker
  • Kurt Masur ou Herbert von Karajan
  • Deutsche Grammophon, 00289 477 8001 GH2 ou 400 031-2 GH
"o belo": (Memoráveis interpretações, onde tudo foi analisado e considerado ao
                 pormenor. A evolução dos detalhes e subtilezas em cada frase, com o 
                espírito de Mendelssohn a sobrevoar a Gewandhaus sob os dedos
                femininos da princesa do violino. História e histórico.)
                Masur: I [youtube], II [youtube], III [youtube]
                von Karajan: I [youtube], II [youtube], III [youtube]







  • Joshua Bell
  • Camerata Salzburg
  • Roger Norrington
  • Sony, SK 89505
"o belo": (Agradável e estimulante, com uma alegria que se nota no violino de Bell 
                e nos músicos de Salzburgo, sabiamente dirigidos pelo mestre Norrington.
                A não perder também.)
                I [youtube], II [youtube], III [youtube]






  • Renaud Capuçon
  • Mahler Chamber Orchestra
  • Daniel Harding
  • Virgin, 7243 5 45663 2 5
"o belo": (Resiliência e luminosidade, numa interpretação com carácter do 
                violinista francês. Músicos empenhados e direcção irreverente de Harding.)
                I [youtube], II [youtube], III [youtube]






   
✰ Outras sugestões:
  • Dmitry Sitkovetsky/Neville Marriner/Academy of St. Martin in the Fields/Hänssler, CD 98.934, (Solista exuberante e agrupamento de excelência, dirigidos magistralmente pelo mestre Marriner. Uma boa escolha.), I [youtube], II [youtube], III [youtube] 




  • Nadja Salerno-Sonnenberg/Gerard Schwarz/New York Chamber Symphony/EMI, CDC 549276, (Dupla Salerno-Sonnenberg/Schwarz a ter em conta também.), I [youtube], II [youtube], III [youtube] 






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Felix Mendelssohn [Horace Vernet, 1831]





Felix Mendelssohn [Edward Magnus, 1846]







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Voo



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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020


47. V. Williams: sinfonia nº 3, "Pastoral" |

A Sinfonia nº 3, de Ralph Vaughan Williams, uma "Pastoral" de sinceridade sobre um tempo vivido entre o imaginário dos prados ingleses e a realidade de um monte francês.







À memória das cores da Aurora nascida naquele lugar milenar...
...primeiro estranha-se, depois entranha-se e, no fim, permanece em nós.







Por certo existirão poucos exemplos de compositores que tenham tido a atitude que o inglês Ralph Vaughan William (1872-1958) tomaria perante as circunstâncias de uma guerra mundial.
A 1ª Guerra Mundial rebentaria no Verão de 1914, e, na véspera de ano novo, um Vaughan Williams com 42 anos de idade alistar-se-ia como soldado no Corpo Médico do Exército Real britânico. O compositor famoso pelo sucesso da Fantasia sobre um tema de Thomas Tallis, A Sea Symphony e A London Symphony, era o mais velho dos recrutas de então. Após ter recebido treino em Inglaterra, viria a servir em França e em Gallipoli como condutor de ambulâncias, na recolha dos feridos dos campos de batalha e transporte aos hospitais de campanha. Seria posteriormente transferido para a Artilharia Real de Garrison, onde viria a servir novamente em França, tendo sido nomeado Director de Música da 1ª Força do Exército Expedicionário Britânico depois do Armistício, cargo que desempenharia até à desmobilização e regresso a Inglaterra no início de 1919.
Não será, por isso, porventura difícil de imaginar, a terrível incerteza sobre o regresso ao trabalho que certamente ocorreria na mente de Vaughan Williams, depois de uma longa pausa criativa e da perda de muitos dos seus amigos durante a guerra. Os níveis de confiança e de motivação não deveriam ser, seguramente, os mais altos. Felizmente, viria a recuperar, pouco-a-pouco, os hábitos diários de trabalho com a necessidade de revisão de algumas obras que teria composto antes do início do conflito. Mais tarde, Hugh Allen, o novo director do Royal College of Music, viria também a convidá-lo para lecionar composição naquela escola, evoluindo, deste modo, do Ralph, o anterior aluno de Sir Hubert Parry nesse estabelecimento de ensino, ao professor Vaughan Williams e à transmissão dos conhecimentos que aprendera, e de outros que, entretanto, adquirira nas avenidas de Paris... e nos campos franceses.
Escrita nessa época, a sua Sinfonia nº 3, Pastoral, seria em certos aspectos a mais singular de todas as suas sinfonias, tendo dado origem a reacções fortemente divergentes também por esse motivo.
Alguns viriam a considerá-la como o seu Requiem à 1ª Guerra Mundial, a sua resposta emocional à miséria e ao sofrimento que teria testemunhado numa tragédia que odiava, enquanto outros entenderiam destacar a evocação visionária das paisagens rurais britânicas, com os animais a espreitarem pelas vedações. Gosto de acreditar que teria sido a experiência sublinhada pelos primeiros, a disfarçar-se e pintar de cinza os prados observados pelos segundos. Os prados continuariam os mesmos... os olhos é que seriam já outros... e viam uma Pastoral de terra devastada.
Na verdade, o compositor viria a referir o seu próprio entendimento na carta que escreveria à sua futura esposa, Ursula, em 1938: "Na realidade é uma música de tempos de guerra, a maior parte dela foi incubada quando costumava ir, noite após noite, com a ambulância a Écouvres e subia ao cimo de um monte onde parava a admirar a maravilhosa paisagem de um por do sol ao estilo de Corot [pintor Realista Francês do séc. XIX] - não é nada a brincadeira de crianças que a maioria das pessoas tem por garantida". Porventura a justificação para uma música maioritariamente calma e elegíaca viria dali, e seria também dali, rodeada pela neblina francesa de uma guerra e pelas sonoridades francesas de Ravel; com quem tinha estudado em Paris, em 1908, durante os três meses eventualmente mais marcantes do seu percurso académico, que esta música pacífica começaria a tomar forma em 1916.
Esta obra viria a ser trabalhada de forma mais intensa a partir de 1919, tendo ficado concluída em Junho de 1921, dois anos depois de ter saído do exército... e sido estreada num concerto da Royal Philharmonic Society, no Queen's Hall de Londres, a 26 de Janeiro de 1922, com a soprano Flora Mann e a direcção de Adrian Boult, o protagonista, aliás, de uma das visões da partitura revista em 1951, que proponho escutar, num registo de 1968.
Pintura tonal profundamente inspirada pelas melodias do folclore britânico e de inegável influência francesa (numa harpa logo ao início...), esta música viria a evitar, de forma notável, a alegada monotonia de três andamentos lentos através de uma unicidade que é atingida pelo ambiente e estado de espírito, mais do que pelos cânones sinfónicos tradicionais. Com efeito, alguém viria a sugerir isso mesmo, na nota de programa para o concerto de estreia: "O ambiente desta sinfonia é, como o título sugere, quase totalmente calmo e contemplativo - existem poucos fortíssimos e poucos allegros. A única passagem realmente rápida é a da coda do terceiro andamento, e é sempre em pianíssimo. Na forma segue de perto o padrão clássico e é em quatro andamentos".
Deste modo, os quatro andamentos iniciar-se-iam [I] com uma admissível "cena junto ao ribeiro" segundo Ravel, protagonizada por uma harpa ondulante e um tema no violino que é imitado pelo oboé. O segundo andamento [II] abriria com um maravilhoso solo de trompa e culminaria numa cadência de trompete inspirada por outra memória dos tempos de guerra, neste caso, a de um corneteiro a praticar ao "nascer da Aurora", próximo do campo de batalha, para chegar à 8ª mas a ficar-se pela 7ª... Já as sonoridades massivas e simultaneamente misteriosas do terceiro andamento [III], descrito pelo autor como "a natureza de uma dança lenta", teriam sido concebidas para uma cena de Falstaff e para as fadas na ópera Sir John apaixonado (As alegres comadres de Windsor), enquanto que o quarto andamento [IV] iniciar-se-ia com uma canção sem letra ouvida resignadamente fora de palco, num hum-hum-hum ausente de alegria, emitido, quem sabe, por uma camponesa num campo... de batalha (como o de Crécy ou Agincourt, onde tantos dos seus amigos perderiam a vida, incluindo George Butterworth, um dos compositores mais promissores da sua geração), passando pela esperança reflectida numa das suas mais belas melodias, até ao silencio final, como um eco de "coisas antigas infelizes e batalhas de há muito tempo atrás". Quatro andamentos que reflectem a expressão mais pessoal de Vaughan Williams, o testemunho sincero e eminentemente real de uma vida que não seria mais a mesma depois daquele holocausto. 
Paixões profundas num estado próximo da ebulição, debaixo de um tapete verde de contemplação... porventura aborrecidas para alguns... particularmente inquietantes para mim...
Intuição? Queira O Menino que não... no meio de todo o infortúnio amanhecem Esperança e Salvação.          
Nuno Oliveira    




"Sinfonia nº 3, "Pastoral""


✨ Extractos que proponho para audição: (ver também publicações nº 6, 55 e 84)
  • Heather Harper
  • London Symphony Orchestra
  • André Previn
  • RCA, GD 90503
"o belo": toda a obra (Interpretação extraordinariamente bela e refinada. A pura
                magia do som a partir da batuta do mestre Previn. Uma maravilha a não
                perder!), com alguns destaques, identificados a seguir;
                [I]: tutti, madeiras e cordas (A esperança que amanhece nas margens de um
                ribeiro impressionista...!) [youtube]
                [II]: trompa e oboé, aos 0:00-1:30; trompete, aos 4:23-5:40 (A incerteza que
                amanhece na orla de um acampamento de irmãos...) [youtube]
                [III]: metais e tutti, aos 1:49-2:48 e 4:00-4:40 (A confiança num amanhecer
                diferente...) [youtube]
                [IV]: tutti, aos 2:05-4:12 ("o belo" desejo de um novo amanhecer!) [youtube]






  • Amanda Roocroft
  • London Philharmonic Orchestra
  • Bernand Haitink
  • EMI, CDC 5 56564 2
"o belo": (A dedicação e inteligência numa leitura muito pessoal do mestre
                Haitink. Elevada expressividade e generosas doses de tensão.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]






  • Margaret Price
  • London Philharmonic Orchestra
  • Adrian Boult
  • EMI, CDM 7 64018 2
"o belo": (O equilíbrio entre intensidade e contemplação por quem sabe, porque
                esteve lá... desde o primeiro dia: Sir Adrian Boult.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]






  • Linda Hoenfeld
  • Philharmonia Orchestra
  • Leonard Slatkin
  • RCA, 09026-61194-2
"o belo": (Registo atmosférico e clímaces arrebatadores. Slatkin no seu melhor.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]






  • Yvonne Kenny
  • The London Symphony Orchestra
  • Bryden Thomson
  • Chandos, CHAN 8594
"o belo": (O som é maravilhoso e a leitura do mestre inglês não lhe fica atrás.)
                [I] [youtube], [II] [youtube], [III] [youtube], [IV] [youtube]








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Vaughan Williams [Royal Garrison Artillery, 1917]




Vaughan Williams (à dir.) [Royal Ambulance Corps, 1915]





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A Aurora em mim.




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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020


46. Händel: O Messias |

A oratória "O Messias", de Georg Friedrich Händel, uma homenagem do "Special One" ao Greatest One of All. 






Para a milenar Ederoni e as suas gentes.
Do vosso filho, que em Oronhe se sente em casa.

Obrigado por todas as manhãs de Natal, passadas e futuras (este 2020 não trouxe um presente que queria, mas trouxe outros que me deixam agradecido e confiante), e por um sábado em festa que a juventude não me deixou evidenciar, mas que a maturidade pretende compensar. [13-02-1999]  






Georg Friedrich Händel nasceria alemão a 23 de Fevereiro de 1685, na cidade alemã de Halle, tendo vindo a falecer anglo-germânico, como George Frideric Handel, a 14 de Abril de 1759, em Londres, no Reino Unido. Se se sentiria mais anglo ou mais germânico no momento do balanço final, é algo que porventura nunca o iremos saber com verdadeira certeza (um palpite que também não arrisco), contudo já no dia do seu nascimento, atrevo-me a especular que o seu pai, Georg Händel, um cirurgião-barbeiro (e não, não estou a brincar, porque supostamente se tratava de uma profissão da área médica bastante comum naquela época), não imaginaria a carreira musical de sucesso que, no mês seguinte, seguramente o organista da cidade de Eisenach, Johann Ambrosius Bach, auguraria para o seu filho recém-nascido, Johann Sebastian. Se considerarmos que a genialidade infectou o primeiro e se propagou ao segundo, e atendendo à qualidade do asfalto das vias terrestres germânicas à época (apenas) e a ligações fluviais inexistentes (os "Ribeiros" estavam em Eisenach...), então é possível dizer-se que a mesma só poderia ter sido transmitida via aérea, de cima para baixo, evidentemente, e segundo um ponto de vista puramente metafísico.
Já do ponto de vista cinematográfico, poder-se-ia comparar a vida de Handel a uma minissérie de sucesso, com três episódios. O primeiro introduziria a infância e a formação musical na Alemanha, em passagens por Halle, Hamburgo e Hanôver, a acção atravessaria os Alpes, de seguida, para se desenvolver em Itália à descoberta, aprendizagem e domínio do género da ópera barroca, em Roma, Nápoles e Florença, até à conclusão final, agora em Londres, onde chega em 1710, com o sucesso de um músico alemão com escola italiana, e que, por esse motivo, necessita de redobrados esforços e alguma astucia para conquistar o publico inglês, características que Handel na realidade possuiria e que viria a por em prática na criação de um Te Deum com laivos ao gosto do popular Purcell, cuja estreia na Catedral de S. Paulo, em 1713, teria de tal modo agradado à Rainha Anne que seria oficializado Compositor do Reino e obtido o favorecimento da coroa, a partir daí. As suas óperas italianas como Rinaldo, em 1711, e Giulio Cesare, em 1724, fazem dele o compositor mais importante da sociedade londrina, mas seriam as suas oratórias, especialmente O Messias, a nova especialidade musical que mudaria o mundo e o tornariam (um cidadão inglês...) amado universalmente... numa espécie de prólogo vivido confortavelmente da sua residência londrina da Brook Street, uma escolha, porventura intuitiva, por um "Ribeiro" cuja corrente o continuaria a acompanhar, mas que nunca viria a conhecer.
A visão que temos hoje de Handel como o pai da oratória, é distorcida, em parte, pela popularidade do seu Messias. Na verdade, o temperamento explosivo no trabalho, algumas vezes reflectido nas ameaças em atirar músicos pela janela devido a alegadas faltas de concentração nos ensaios, e jovialidade fora dele, um socializador-apreciador da boa comida e do bom vinho, como se poderá atestar pela extensão do seu perímetro abdominal representada nos inúmeros retratos que nos deixou (na realidade, seria uma das figuras mais retratadas daquela época, o que demonstra também a imensa popularidade deste Special One, emigrante em terras de sua majestade), o seu virtuosismo ao teclado (do cravo, órgão... e caixa registadora, como tem de ser) e os estudos latinos que realizou, fariam dele um compositor de ópera nato. No entanto, a desaprovação deste género musical pelo Bispo de Londres obrigaria Handel a olhar para outros lados à procura de soluções (...em caixa). Handel voltar-se-ia, assim, para as histórias bíblicas do antigo testamento e protagonistas fortes como Saul, Baltazar ou Sansão, onde a maioria da música e das técnicas dramáticas da ópera poder-se-iam continuar a aplicar de forma apropriada. O Messias, contudo, não apresenta quaisquer personagens ou um verdadeiro enredo. O que o seu libretista Charles Jennens (Escudeiro de Gopsall, abastado patrono das artes, homem das letras e doido por Shakespeare... ou melhor, pela ficção de Shakespeare) escolheria, seria uma série de textos bíblicos que formariam a base para uma reflexão sobre os mistérios associados à chegada do Messias. Não contaria nenhuma história, mas seguramente promoveria em cada ouvinte o pensamento sobre as histórias que todos já conheciam. Ora, a imaginação de cada um aliada à música apelativa, construída a partir da ópera italiana, das paixões alemãs e dos hinos ingleses, tudo aquilo que Handel realmente era, viriam a ser a chave para o sucesso imediato. Já o que ainda nos leva a ouvir esta obra-prima passados quase três séculos, dependeria do brilho de uma música escrita com a genialidade da fé.
O Messias viria a ser a segunda oratória que Handel escreveria com textos bíblicos, depois de Israel no Egipto, onde também fora assistido por Jennens na selecção dos textos.
Após uma temporada de ópera desastrosa no inverno do 1740-1741, Jennens tomaria a iniciativa de elaborar uma colectânea de textos para que Handel pudesse escrever uma nova oratória baseada nas escrituras, e, desta forma, conseguisse recuperar algum do prejuízo financeiro ocorrido. A ideia teria sido a de apresentar uma nova obra num concerto durante a Semana Santa, numa altura em que as produções teatrais estariam proibidas, o que asseguraria a presença de largas audiências nas restantes representações artísticas (em caixa...). Jennens enviar-lhe-ia o texto em Junho de 1741, com a esperança perspectivada por aquilo que contaria ao seu amigo Edward Holdsworth: "Tenho esperança de que ele se entregue com todo o seu génio e empenho a isto, que a composição possa exceder todas as suas obras anteriores da mesma forma que o tema excede qualquer outro tema. O tema é o Messias...".
Não existem certezas sobre se Handel teria ou não a aprovação para apresentar alguma espécie de oratória na Semana Santa de 1742. No entanto, o autor teria supostamente outros planos para a sua criação, no sentido em que possuiria já um convite para dirigir uma série de concertos em Dublin, pelo que, aparentemente, teria sido com essa intenção que escreveria a música para O Messias em apenas três semanas, entre 22 de Agosto e 14 de Setembro de 1741, uma espantosa realização... com duas horas e meia de duração, dividida em cinquenta e três partes ([1-53]). Em Outubro viria ainda a compor a maior parte de Sansão, tendo deixado Londres de partida para a Irlanda em Novembro desse ano, levando uma mala cheia de música para vários meses de estadia, com as suas já populares Ácis e Galateia e Ester, e novidades como Sansão e o espectacular Messias.  
O convite irlandês teria partido do Duque de Devonshire, Lord Tenente da Irlanda, com a encomenda de doze concertos. Contudo, O Messias não seria estreado em nenhum destes, ficando guardado para a ocasião especial que chegaria a 13 de Abril de 1742 ao New Music Hall, Fishamble Street de Dublin, uma sala com seiscentos lugares sentados, num concerto de beneficência cujo lucro ofereceria generosamente "Para a libertação dos prisioneiros das várias cadeias e para ajuda do Hospital de Mercer, na Rua de Estevão, e da Enfermaria de Caridade do Cais da Pousada". Ás damas teria sido pedido que não trouxessem leque, aos cavalheiros que deixassem a espada em casa e, assim, se angariariam 400£ para aquele propósito, e se alcançaria, ainda, um outro, o de dar a apreciar uma obra que, após a recepção entusiástica e pedidos insistentes de nobres e cidadãos comuns, viria a ser novamente apresentada no dia 3 de Junho, nas vésperas do seu regresso a Londres, desta vez para o benefício próprio de uma sala a abarrotar uma vez mais. A temporada de Dublin terminaria assim, em beleza, com o grau de sucesso directamente proporcional ao apelido que a imprensa irlandesa atribuiria à obra: "A Grande Oratória Sagrada"!
Já a sua estreia em Londres, em 1743, no Teatro Real Covent Garden, viria a ser mais controversa (o público londrino teria preferido o seu Sansão), tendo-se escutado fortes vozes de desacordo pela utilização de um teatro e de cantores de ópera, como Catherine Clive e Susanna Cibber, numa obra baseada nas escrituras sobre um assunto central para a crença cristã. Até Jennens declararia a sua insatisfação com algumas (não especificadas...) "partes mais fracas", o que porventura terá contribuído para que Handel rapidamente sucumbisse, uma vez mais, à paralisia do lado direito do corpo que lhe teria aparecido pela primeira vez em 1737 (durante um concerto dirigido por um Handel exausto, stressado e endividado), uma estranha doença da qual viria a recuperar (parcialmente, visto que manteve sempre alguma debilidade) pela intervenção das águas termais da cidade de Aachen, na sua terra natal, um quarto de século de 'Fish and Chips' que tentaria desintoxicar nas margens do Johannisbach... melhor sítio não poderia calhar.
As boas relações com Jennens seriam, entretanto, retomadas em 1744, com a encomenda do libreto para Baltazar e a aparente aceitação das suas sugestões (não especificadas...) para uma revisão que faria em 1745, numa tentativa de revitalização da obra, mas sem o sucesso que pretenderia. O Messias seria de novo revisto em 1749, com a utilização de solistas castrati, mas seria a revisão de 1750 e a utilização de vozes infantis (coro e parte solista) aquela que finalmente lhe proporcionaria o desejado sucesso londrino, percebendo-se a mudança dos sentimentos do público que o levariam ao aplauso avassalador final, no concerto de beneficência para o recém construído Hospital dos Enjeitados, uma instituição dedicada ao cuidado de crianças abandonadas e dos órfãos de Londres, e um empreendimento que a alma caridosa de Handel apoiara exaustivamente e do qual era director.
Handel não nos deixaria, assim, uma única e definitiva versão do seu Messias. A sua aproximação era essencialmente prática (...em caixa), adaptando-se às condições existentes para determinada actuação, fossem circunstâncias ligadas ao nível das vozes solistas ou à disponibilidade do coro e da orquestra, mas sem nunca aceitar as excepções que não conduzissem a uma apresentação com a santificada pompa victoriana, da obra que chega até aos nossos dias como uma espécie de instituição nacional.
Os cantores presentes na noite da estreia londrina, poderiam ler as palavras inscritas no livro de texto que iria ser utilizado: "E sem controvérsia, grande é o mistério da divindade: Deus manifestou-se pela Carne, justificou-se pelo Espírito, foi visto por Anjos, pregado por Gentios, foi acreditado no Mundo e recebido em Glória. Nele se escondem todos os tesouros da Sabedoria e do Conhecimento".
Palavras que inspiram, frases que expiram e ideias que deram a vida por nós... na contracapa de um dos maiores legados da humanidade.  

Nuno Oliveira

                          


"O Messias, HMV56"


✨ Extractos que proponho para audição: (nota: ver também publicações nº 57 e 61)
  • Arleen Augér, Anne Sofie von Otter, Michael Chance, Howard Crook, John Tomlinson
  • The English Concert & Choir
  • Trevor Pinnock
  • Deutsche Grammophon Archiv Produktion, 423 630-2 AH2 (completo)
"o belo": toda a obra (Excelência instrumental, distinção vocal e direcção magistral. A
                grandiosidade de uma interpretação de referência, do melhor que o catálogo
                tem para oferecer. Nota 20 a não perder!)com alguns destaques a seguir;
                [1-53] [youtube]
                [2] - "Comfort ye my people" ("o belo" que é o sentimento na voz de Howard
                Crook!) [youtube]
                [3] - "Ev'ry valley shall be exalted" ("o belo" que é a exaltação na voz de
                Howard Crook![youtube]
                [4] - "And the glory of the Lord shall be revealed" ("o belo" da Glória do
                Senhor revelado por um coro misto![youtube]
                [6] - "But who may abide the day of his coming" ("o belo" que é a pureza na
                voz de Michael Chance![youtube]
                [7] - "And he shall purify" ("o belo" da purificação pelo som a múltiplas vozes!)
                [youtube]
                [9] - "O thou that tellest good tidings to Zion" (A doçura na voz de von Otter!)
                [youtube] 
                [12] - "For unto us a Child is born" (Já nasceu o Menino! Que "o belo" É!)
                [youtube] 
                [20] - "He shall feed his flock" (A excelência de von Otter mais uma vez!)
                [youtube] 
                [26] - "All we like sheep have gone astray" (A maravilha coral dos The English
                Concert Choir![youtube] 
                [40] - "Why do the nations so furiously rage" (Aquela luz na voz de John
                Tomlinson...[youtube] 
                [44] - "Hallelujah" (Este é "o belo" património da humanidade!) [youtube]  
                [45] - "I know that my Redeemer liveth" ("o belo" na voz celestial de Arleen
                Auger!) [youtube]
                [48] - "The trumpet shall sound" (John Tomlinson= UAU!) [youtube]    






  • Henry Jenkinson, Otta Jones, Robert Brooks, Iestyn Davies, Toby Spence, Eamonn Dougan
  • Academy of Ancient Music, Choir of New College Oxford
  • Edward Higginbottom
  • Naxos, 8.570131-32 (completo)
"o belo": (O fenómeno universal que são as vozes das crianças e jovens do Choir
                of New College Oxford. "o belo" que é a mensagem de esperança trazida
                por eles em "For unto us a Child is born". Bravo rapazes!)
                [1-53] [youtube]
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  • Barbara Schlick, Sandrine Piau, Andreas Scholl, Mark Padmore, Nathan Berg
  • Les Arts Florissants  
  • William Christie
  • Harmonia Mundi, HMX2901498.99 (completo)
"o belo": (Uma interpretação repleta de nuances. Direcção intuitiva de Christie e
                um grupo extraordinário de vozes solistas. Uma escolha de excelência.)
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  • Heather Harper, Helen Watts, John Wakefield, John Shirley-Quirk
  • London Symphony Orchestra & Chorus  
  • Colin Davis
  • Philips, 420 865-2 PSL2 (completo)
"o belo": (Gravada em 1966, esta foi a performance de referência para os registos
                que lhe sucederam. Forças volumosas e drama a condizer, dirigido
                magistralmente pelo maestro inglês. Uma fabulosa opção a ter em conta.)
                [1-53] [youtube]
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  • Lynne Dawson, Catherine Denley, David James, Maldwyn Davies, Michael George
  • The Sixteen Choir and Orchestra  
  • Harry Christophers
  • Hyperion, CDD22019 (completo)
"o belo": (A interpretação fresca por um agrupamento mais reduzido. Andamentos
                adequados e visão clarividente do mestre Christophers. A não perder.)
                [1-53] [allmusic]






  • Joanne Lunn, Melanie Marshall, James Gilchrist, Christopher Purves
  • Royal Philharmonic Orchestra, The Cambridge Singers
  • John Rutter
  • Collegium, CSCD 519 (extractos)
"o belo": (Uma leitura tradicional que espelha o empenho e dedicação do especialista
                neste domínio que é o mestre Rutter. Coro e solistas de excelência.)
                [1-53] [allmusic]






  • Margaret Marshall, Catherine Robbin, Charles Bret, Anthony Rolfe-Johnson, Robert Hale, Saul Quirke
  • English Baroque Soloists, Monteverdi Choir
  • John Eliot Gardiner
  • Philips, 412 267-2 PH (extractos)
"o belo": (Maravilhosas vozes solistas, coro e orquestra em topo de forma, a visão leve
                e viva de Gardiner... e um pianíssimo inicial no Aleluia. A não perder também.)
                [1-53] [youtube]
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  • Kiri Te Kanawa, Anne Gjevang, Keith Lewis, Gwynne Howell
  • Chicago Symphony Orchestra & Chorus
  • Georg Solti
  • London, 430 098-2 LH (extractos)
"o belo": (Interpretação excitante ao género do que o mestre Solti nos habituou.
                Te Kanawa no seu melhor.)
                [1-53] [youtube]
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  • Patrizia Kwella, Catherine Denley, John Mark Ainsley, Bryn Terfel
  • London Musici e London Chamber Choir
  • Mark Stephenson
  • Conifer, CDCF 506 (extractos)
"o belo": (Participação brilhante de Terfel e Kwella. A qualidade do agrupamento 
                London Musici dirigidos irrepreensivelmente pelo mestre Stephenson.)
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  • Margaret Price, Yvonne Minton, Alexander Young, Justino Diaz
  • English Chamber Orchestra, Amor Artis Chorale
  • Johannes Somary
  • Vanguard, 08 4019.72 (completo)
"o belo": (Sonoridade equilibrada e penetrante, num registo em instrumentos modernos.
                Coro e solistas de excelência, com destaque para o baixo Justino Diaz. A
                excitação está lá.)
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  • Sylvia McNair, Anne Sofie von Otter, Michael Chance, Jerry Hadley, Robert Lloyd
  • Academy and Chorus of St Martin in the Fields
  • Neville Marriner
  • Philips, 434 698-2 PH (extractos)
"o belo": (O famoso concerto ao vivo em Dublin, no aniversário dos 250 anos da estreia.)
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✰ Outras sugestões:






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Georg Friedrich Händel [1741]




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Inscrição no Cruzeiro de Oronhe


"O Povo de Oronhe e Nosso Senhor Jesus Cristo", 1956, Abel Pereira.



"Ajuntamento popular por um bom motivo" [13-02-1999]






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"For unto us a Child is born"

O João na Orquestra Barroca Casa da Música, Porto [Ensaios para "O Messias", Dezembro/2024]


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