quinta-feira, 30 de abril de 2020


26. Debussy: Images, Nocturnes, Prélude à l'après-midi d'un faune, La Mer |

As quatro dimensões de Claude Debussy, na extensão das "Images", justeza dos "Nocturnes", profundidade do "Prélude à l'après-midi d'un faune" e intemporalidade do "La Mer"...






Para todos aqueles que me têm acompanhado nesta maratona Bloguiana, pela fonte de inspiração e motivação "virtual" que me transmitem (...via um Facebook, que me deu a impressão de ter encontrado ou reencontrado amizades sem idade).






Tenho a impressão (pequena provocação ao autor, que não gostava particularmente desta designação... brincadeira apenas, Claude) de que o compositor francês, Claude Debussy, teria vivido a maior parte da sua vida (1862-1918) em Paris, tendo nessa cidade inspiradora escrito quatro das suas mais famosas obras: Prélude à l'après-midi d'un faune, Nocturnes, La Mer e Images.

A primeira peça que Debussy escreveria com assinalável sucesso seria o Prélude à l'après-midi d'un faune, uma obra inspirada no poema simbolista de Stéphane Mallarmé (do qual era amigo desde 1887): "L'après-midi d'un faune", que se centrava numa espécie de estado de sonolência-sonambulismo-sonho (...o simbolismo na sua plenitude) com que um jovem fauno teria ficado após ter sido hipnotizado-enfeitiçado-encantado (cont.) por uma irmandade de jovens ninfas, numa quente, e erótica (...ou não houvesse tanta juventude junta), noite de Verão (um quadro porventura magnífico, com várias certezas e diminutas faltas de impressão... artísticas).
Esta obra, que na realidade deveria ter sido um "Prélude, interlude et final à l'après-midi d'un faune", como aliás teria combinado com Mallarmé, mas ficando-se pelo Prélude (ficou-se pela primeira impressão, portanto... não resisti Claude!), viria a estrear em Paris a 22 de Dezembro de 1894, com o maestro Gustave Doret e a nota de programa acauteladora para o texto do poeta, que, ao que parece, conteria elementos sensuais potenciadores de provocar alguma distracção no género feminino. A obra seria um sucesso instantâneo, e até Mallarmé, a quem ainda faltariam os restantes dois andamentos prometidos, manifestou a Debussy a sua satisfação (pois tudo fica bem quando acaba bem).
O mundo sonoro da peça seria especialmente evocativo e difícil de rotular... pelo que, talvez, a expressão de Pierre Boulez seja a mais adequada: "Da mesma maneira que a poesia moderna tem certamente raízes em alguns poemas de Baudelaire, se justifica dizer que a música moderna foi acordada pelo Prélude à l'après-midi d'un faune de Debussy".

Nocturnes seria composto entre 1897 e 1899, e, segundo o compositor, o título teria sido escolhido na medida em que induzia "as variadas impressões e os efeitos especiais de luz, que a palavra sugere" (...no som). Na realidade, Debussy teria sido inspirado pelos poemas de Henri Régnier e pelos quadros (dum 'lusco-fusco') de James McNeill Whistler, que entendia a sua arte como "a poesia do olhar, como a música é a poesia do som"... pelo que apelidaria algumas das suas telas de: Harmonias, Sinfonias e Nocturnos... um olhar da música, seguramente... (dum, por certo, 'mezzo-piano').
A obra estrearia em Outubro de 1901, em Paris, pelo maestro Camille Chevillard e pela Orquestra Lamoureux, sendo composta por três quadros: Nuages, numa "agonia cinzenta gentilmente tingida de branco" (como diria o autor sobre a origem do material temático utilizado), Fêtes, com a suposta intervenção (sublinho: sonora) da Guarda Republicana de Paris, e Sirènes duma barca a navegar pelo Sena, das quais alguém se apercebeu...

Do conjunto das três obras com três andamentos que Debussy compôs, La Mer ficaria a ser a mais conhecida.
Escrita entre 1903 e 1905, La Mer, ao contrário das restantes duas obras do tríptico (Nocturnes e Images), é dominada por uma simples ideia: o Mar. Desde criança que Claude adoraria o oceano (pelo que até os seus pais pensariam que ele viria a ser marinheiro, o que não se verificou), mas mesmo sabendo-se que Debussy passaria férias de forma frequente na zona costeira, o seu La Mer seria inteiramente composto em... Paris (... com pequenas passagens pela Borgonha e Eastbourn, do outro lado do Canal da Mancha), como aliás escreveria ao seu amigo André Messager: "trabalho como quem pinta uma paisagem num estúdio".
A obra estreia nos Concerts Lamoureux de Paris a 15 de Outubro de 1905, com o maestro Camille Chevillard, sem a boa aceitação que o autor pretenderia (só viria a ter sucesso quando Debussy a dirige em 1908), havendo ainda quem dissesse que o último andamento se comparava a "um violento ataque de vómito", o que era escusado e totalmente injusto (como a história viria a comprovar), contribuindo porventura para o que terá escrito ao seu editor Jacques Durand, a quem aliás dedicaria a obra: "Impressionismo, um termo usado com absoluta imprecisão por... imbecis."
Na realidade, Debussy considerava que o termo "impressionismo" seria relativo a algo vago ou mal definido, não podendo ser, por isso, aplicado ao que ele escrevia de forma tão detalhada e conclusiva, o que levá-lo-á, de forma irónica, a completar o título do seu energicamente organizado, La Mer, com a designação: "3 esboços sinfónicos"... da conjugação genial do poder e da poesia do mar, acrescento eu.

Images, que seria a última das obras do tríptico a ser escrita (entre 1905 e 1912), não se viria a estrear toda ao mesmo tempo, sendo que Ibéria (2º and.) seria reproduzida pela primeira vez a 20 de Fevereiro de 1910, em Paris, pelo maestro Gabriel Pierné, e Rondes de printemps (3º and.) a 2 de Março desse ano, com a direcção do compositor, na mesma cidade. Só em 1913 se ouviria a obra de forma completa, o que aconteceria na estreia de Gigues (1º and.) num Concert Colonne de Paris, a 26 de Janeiro, com Gabriel Pierné na direcção e um êxito significativo.
Em boa verdade, na época era usual a prática interpretativa de partes das obras (Debussy teria, inclusive, aprovado isso mesmo em 1913), pelo que não haveria nenhuma gravação completa de Images até 1951, momento em que o famoso maestro francês Pierre Monteux decide gravar toda a obra com a San Francisco Symphony, porventura bastante longe de Paris... fisicamente.
Gigues seria inspirada numa antiga canção popular escocesa, "The Keel Row", Ibéria, como o seu nome indica, utilizaria melodias espanholas e instrumentação pouco usual, como a guitarra e as castanholas, para retratar os ares da Andaluzia ao longo de um dia (noite incluída...), e o ar nostálgico de Rondes de printemps, estaria directamente ligado à canção de embalar francesa, "Nous n'irons plus au bois", que seguramente traria bons sonhos às crianças da mesma forma que fará sonhar os adultos.

Nuno Oliveira




"Prélude à l'après-midi d'un faune"
"Nocturnes"
"Images"
"La Mer"



Extractos que proponho para audição: (La Mer, Nocturnes)
  • The Cleveland Orchestra & Chorus
  • Pierre Boulez
  • Deutsche Grammophon, G2-39896 GH
"o belo": toda a obra (...pelo maior intérprete de Debussy do nosso tempo: Pierre Boulez!);
                La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube]
                Nocturnes: I [youtube], II [youtube], III [youtube]






  • London Symphony Orchestra, Ambrosian Chorus
  • André Previn
  • EMI, CDC 7 47028 2
"o belo": toda a obra (O brilho e a cor do sol à beira-mar trazido pelo mestre Previn.
                Tensão impressionante numa visão a não perder.);
                La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube]
                Nocturnes: I [youtube], II [youtube], III [youtube]






  • Boston Symphony Orchestra
  • Charles Munch
  • RCA, GD86719
"o belo": toda a obra (As gravações míticas do mestre francês em 1956 e 1962.);
                La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube]
                Nocturnes: I [youtube], II [youtube]






  • Concertgebouw Orchestra Amsterdam, Collegium Musicum Amstelodamense
  • Bernard Haitink
  • Philips, 400 023-2
"o belo": toda a obra (Interpretação no patamar do divino, sedutora e de uma pureza
                sonora extraordinária. Registo de referência, mágico e imperdível.);
                Nocturnes: I [youtube], II [youtube], III [youtube]






   
Outras sugestões:
  • Neeme Jarvi/Detroit Symphony Orchestra/Chandos, CHAN 9072 (...o Mar entre Lake St Clair e Lake Erie.), La Mer: I [youtube], II [youtube], III [yotube]








  • Lorin Maazel/Wiener Philharmoniker/Schoenberg Choir/RCA, 74321 64616 2 (Destaque para a qualidade do grupo vienense e para a acústica extraordinária do Muzikverein. Som fabuloso, metais gloriosos e um coro magnífico. Pode não ser bem aquilo que Debussy queria, mas mesmo assim vale a pena descobrir.), La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube], Nocturnes: I [youtube], II [youtube], III [youtube]










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 Extractos que proponho para audição: (Images)
  • City of Birmingham Symphony Orchestra
  • Simon Rattle
  • EMI, CDC 7 49947 2
"o belo": toda a obra (...a interpretação magistral do mestre Rattle!);
                Images: I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube], V [youtube]






   
Outras sugestões:
  • James Levine/Berliner Philharmoniker/Sony, SK 53284 (Interpretação de Levine e de uma BP que merece ser ouvida.), Images: extractos [allmusic]









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 Extractos que proponho para audição: (Prélude à l'après-midi d'un faune)
  • Emmanuel Pahud
  • Berliner Philharmoniker, Rundfunkchor Berlin 
  • Claudio Abbado
  • Deutsche Grammophon, 471 332-2 GH
"o belo": toda a obra (...a sonoridade exuberante de Pahud!);
                Prélude à l'après-midi d'un faune: [youtube]
                Nocturnes: I [youtube], II [youtube], III [youtube]






  • Emmanuel Pahud
  • Berliner Philharmoniker 
  • Simon Rattle
  • EMI, 5 58045 2
"o belo": toda a obra (A sensibilidade e o exotismo do som de Pahud mais uma vez.
                Destaque para a sensualidade sonora das restantes forças berlinenses e para
                o detalhe da direcção de Rattle em La Mer, tornando este registo num forte
                candidato a nº 1. Uma escolha fabulosa.);
                Prélude à l'après-midi d'un faune: [youtube]
                La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube]






   
Outras sugestões:
  • Jeanne Baxtresser/Kurt Masur/New York Philharmonic/Teldec, 0630-13133-2 (A tensão necessária numa gravação ao vivo.), Prélude à l'après-midi d'un faune: [youtube], La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube]








  • François Laurent/Michel Plasson/Orchestre du Capitole de Toulouse/EMI, CDC 7 49472 2 (Interpretação suave e expressiva de Laurent, acompanhado de forma precisa pelo mestre Plasson. Sonoridade clara e alguma imaginação por trás da impressão.), Prélude à l'après-midi d'un faune: [youtube]; La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube]; Nocturnes: I [youtube], II [youtube], III [youtube]





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 Extractos que proponho para audição: (La Mer, Nocturnes, Images e Prélude à l'après-midi d'un faune)
  • Los Angeles Philharmonic, Los Angeles Master Chorale
  • Esa-Pekka Salonen
  • Sony, SK 62599 e SK 58952
"o belo": toda a obra (A espectacular integral de Salonen e dos músicos dos mares do pacífico!);
                La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube]
                Nocturnes: I [youtube], II [youtube], III [youtube]
                Images: I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube], V [youtube]
                Prélude à l'après-midi d'un faune: [youtube]








  • Orchestre & Choeur Symphonique de Montréal
  • Charles Dutoit
  • Decca/London, 430 240-2 DH e 425 502-2 LH
"o belo": toda a obra (A integral de referência por Dutoit e os músicos francófonos.);
                La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube]
                Nocturnes: I [youtube], II [youtube], III [youtube]
                Images: I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube], V [youtube]
                Prélude à l'après-midi d'un faune: [youtube]







  Outras sugestões:
  • Yan Pascal Tortelier/Ulster Orchestra/Chorus/Chandos, CHAN 7015 e CHAN 7016, toda a obra (Um achado esta integral pelo nativo Tortelier.), La Mer: I [youtube], II [youtube], III [youtube], Nocturnes, Images, Prélude à l'après-midi d'un faune: extractos [allmusic]  







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Claude Debussy [Praia de Houlgate, 1911]



Claude Debussy e a filha Claude-Emma, conhecida por Chou-Chou [1916]





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Túmulo de Claude Debussy, Cimetière de Passy, Paris [2014]


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quarta-feira, 29 de abril de 2020


25. Wagner: aberturas e prelúdios |

O drama musical de Richard Wagner, num passeio pela Via Láctea tripulado por Aberturas e Prelúdios.






Para os meus amigos Carlos Coelho e Licínio Costa, companheiros do peito e de sonoridades Wagnerianas construídas e partilhadas... (o Coelho, então, adora a abertura da Rienzi!).






O universo musical de Richard Wagner (1813-1883) é do tamanho dos seus dramas filosofo-musicais: galáctico!... o que de certa forma me limita a escrita (...acho que há um nome para o que acabei de fazer...) às obras orquestrais com que porventura tenha tido algum contacto um pouco mais prático (isto para encontrar algum foco ou fio conductor... no imediato). Por isso, pensarei sobre tudo o que puder, para falar apenas sobre as aberturas e prelúdios das suas óperas Rienzi, Tannhäuser e Lohengrin (um fio conductor caseiro, portanto).
O termo "Abertura" aparecerá pela primeira vez, de forma documentada, em 1641, quando seria usado na introdução de um ballet francês, e a sua função de abrir uma ópera ou uma peça puramente orquestral, sofreria várias evoluções ao longo dos séculos.
No inicio do séc. XVIII, as aberturas ainda eram escritas como composições separadas, que eram introduzidas, nas óperas e bailados quando necessário. Esta prática acabaria com a reforma de Christoph Willibald Gluck, onde a abertura anteciparia os temas musicais do 1º acto das suas óperas, estreitando a relação entre ambos, iniciando, desta forma, a prática da abertura programática que seria continuada no romantismo por Carl Maria von Weber.
Embora admirasse Weber, Wagner não estaria inicialmente de acordo com esta prática, visto que revelaria detalhes importantes da história, pondo em causa o propósito musical, quebrando o encanto e, deste modo, prejudicando o resultado final esperado. No entanto, ver-se-ia obrigado a fazer algumas concepções, utilizando temas que seriam relevantes, mas ao mesmo tempo, possuidores de uma natureza musical própria, que se estendesse para além da história que iria ser contada.

A ópera Rienzi seria a primeira grande tragédia operática que Wagner escreveria. Composta entre 1837 (ano em que Wagner assumiria o posto de Director Musical em Riga) e 1840, e estreada em 1842 em Dresden, estaria firmemente enraizada na tradição da Grande Ópera, com a sua abertura do tipo pot-pourri, que anteciparia os mais importantes temas musicais da acção que se seguiria, nomeadamente na nota inicial do trompete que dá inicio à obra, que desde o Fidélio de Beethoven, assinalava a ideia da liberdade (...tão bem vinda por estes dias...) que estaria por detrás do enredo criado.
Este herói, mal-amado, traído e incapaz de salvar um mundo em ruínas, seria o primeiro de uma longa lista de idealistas solitários (...mas seguramente, não distanciados socialmente), apontando já para os grandes dramas musicais que Wagner viria a escrever.

Em Tannhäuser, numa ópera que teria duas versões, a de 1845 estreada em Dresden, e a de 1861 estreada em Paris, a pedido do Imperador Napoleão III (para onde Richard se autoexilaria, após passagens pela Noruega e Inglaterra, no seguimento, porventura não das dívidas que teria contraído nos países germânicos, mas provavelmente do receio da ira de eventuais musculados credores), ficaria marcado o nascimento do que Wagner consideraria, de forma inovadora, como o Prelúdio deveria ser. No inicio do 3º acto, em pleno coração do drama, escreveria uma introdução orquestral contemplativa, na esperança de prender a atenção dos ouvintes para o conteúdo da história e da emoção que se seguiria, e, desta forma, provocar a sensação de cumplicidade no espectador (... para além da música e da história... um marketing genial, diga-se).
Na sua abertura, onde os temas mais importantes serão também apresentados ao estilo de pot-pourri, mas numa sequência não processada ou refinada, poderemos testemunhar o contraste dos dois amores conflituosos do protagonista: a pia Elisabeth do Coro dos Peregrinos, e a deusa do amor sensual, Vénus, do tema do Monte com o seu nome.

Wagner comporia Lohengrin em 1847, uma ópera que viria a ser estreada em Weimar em 1850, pelo seu abnegado e também genial amigo Franz Liszt, do qual era genro, porquanto teria desposado a sua filha Cosima, no seguimento do falhanço que terá provocado no matrimónio desta com o amigo Hans von Bullow, eventualmente já não tão seu amigo...
Nesta obra de amores renegados e acusações fratricidas, Wagner implementaria reformas revolucionárias que encontrariam expressão na substituição do termo Abertura pelo Prelúdio (Vorspiel). Contrária à noção de abertura, a introdução lenta de Lohengrin não representaria um compêndio sinfónico da trama, mas basear-se-ia numa única ideia poética: A descendência do Santo Graal. Deste modo, a sua música corresponderá ao desenvolvimento de apenas um tema: o tema do Graal, pré-ecoando na perfeição a disposição da história, nuns compassos iniciais dos mais mágicos que viria a partilhar com a humanidade.
 
Nuno Oliveira




"Aberturas e Prelúdios das Óperas"
"Idílio de Siegfried"


Extractos que proponho para audição:
  • Chicago Symphony Orchestra
  • Daniel Barenboim
  • Teldec, 4509-99595-2 e 3984-24224-2
"o belo": selecção a seguir (...com o fabuloso som do Chicago Hall!);
                O Navio Fantasma [youtube], Tannhäuser [youtube], Lohengrin (acto I) [youtube],
                Lohengrin (acto III) [youtube], Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube],
                Tristão e Isolda [youtube], Rienzi [youtube], Parsifal [youtube],
                Idílio de Siegfried [youtube]







  • Philharmonia Orchestra
  • Otto Klemperer
  • EMI, CDC 7 47254 2 e CDC 7 47255 2
"o belo": selecção a seguir (O registo famoso de Klemperer gravado nos anos 60.);
                O Navio Fantasma [youtube], Tannhäuser [youtube], Lohengrin (acto I) [youtube],
                Lohengrin (acto III) [youtube], Tristão e Isolda [youtube], Rienzi [youtube],
                Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube],






 
  • Orchester der Bayreuther Festspiele, Symphonie-Orchester des Bayerischen Rundfunks...
  • Karl Böhm, Raphael Kubelik, Eugen Jochum, Otto Gerdes
  • Deutsche Grammophon, 445 056-2 GR
"o belo": todo o CD (Interpretações lendárias que formaram uma compilação de excelência.
                Tudo é maravilhoso, há exceção do Tristão e Isolda de Böhm, em 1966: esse é divino.);
                O Navio Fantasma [youtube], Tannhäuser [youtube], Tristão e Isolda [youtube],
                Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube], Lohengrin (acto I/III) [youtube]
                [youtube], Parsifal [youtube]




 
  • Berliner Philharmoniker
  • Herbert von Karajan
  • EMI, CDM 7 64334 2
"o belo": selecção a seguir (...pelo mestre austríaco e as sonoridades libertadoras de 1974.);
                O Navio Fantasma [youtube], Tannhäuser [youtube], Lohengrin (acto I) [youtube],
                Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube], Tristão e Isolda [youtube]






  • Chicago Symphony Orchestra
  • Georg Solti
  • Decca, 411 951-2 DH
"o belo": selecção a seguir (Porque não poderíamos falar de Wagner sem propor Solti.);
                O Navio Fantasma [youtube], Tannhäuser [youtube], Tristão e Isolda [youtube],
                Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube] 





   
  • Berliner Philharmoniker
  • Lorin Maazel
  • RCA, 09026 63143 2
"o belo": selecção a seguir (Depois do poder de von Karajan a majestosidade de
                Maazel, mas sempre a sonoridade profunda da fabulosa orquestra alemã.);
                O Navio Fantasma [youtube], Tannhäuser [youtube] [youtube]
                Lohengrin (acto I) [youtube], Tristão e Isolda [youtube] [youtube]






  • Philharmonia Orchestra
  • Francesco d'Avalos
  • ASV, CD DCA 997
"o belo": selecção a seguir (....com a beleza do som da Philharmonia d'Avalos.);
                Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube], Tristão e Isolda (prelúdio) [youtube],
                Tristão e Isolda (morte) [youtube], Parsifal [youtube], Idílio de Siegfried [youtube]






  • Wiener Philharmoniker
  • Karl Böhm
  • Deutsche Grammophon, 413 551-2 GH
"o belo": selecção a seguir (Som quente e interpretação sonante. São observáveis algumas
                idiossincrasias do mestre Böhm, mas também um Parsifal a transbordar de emoção.);
                Rienzi [youtube], Parsifal [youtube], Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube]
                Tannhäuser [youtube],






  • Symphonie-Orchester des Bayerischen Rundfunks
  • Jeffrey Tate
  • EMI, CDC 7 49 196 2
"o belo": selecção a seguir (Magnífica tomada de som, com destaque para o Parsifal, tenso
                e cheio de espiritualidade, e para a nobreza e excelência da voz de Cheryl Studer);
                Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube], Tristão e Isolda (prelúdio) [youtube],
                Tristão e Isolda (morte) [youtube], Parsifal [youtube]






   
Outras sugestões:
  • Eugene Ormandy/Philadelphia Orchestra/CBS, MBK 38914, selecção a seguir (...num clima impressionante em Severance, Colorado, 1965.); Tannhäuser [youtube], Lohengrin (acto III) [youtube], Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube], Tristão e Isolda [youtube]




  • Mariss Jansons/Oslo Philharmonic Orchestra/EMI, CDC 7 54583 2, (O excelente agrupamento de Oslo liderado pelo mestre Jansons.); Tannhäuser [youtube], Lohengrin (acto III) [youtube], Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube], Tristão e Isolda [youtube], Riennzi [youtube] [youtube]





  • Neville Marriner/Minnesota Orchestra/Telarc, CD-80083, extracto a seguir (O exemplo de Wagner pelos músicos do Minnesota.); Os Mestre Cantores de Nuremberga [youtube]






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Richard Wagner e a esposa Cosima [Viena, 9 de Maio de 1872]





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""Irmandade do Anel (dos Nibelungos)" [extractos pré e pós-sinfónicos]


                                                                                                                           Banda Alvarense (Minho)


                                                                                                  Banda Alvarense (Águeda)


                                                 Casa da Música (Porto)


                                                      São Miguel (Açores)


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