domingo, 26 de julho de 2020


36. Dvorák: concerto p/ violoncelo |

O concerto para violoncelo de Antonín Dvorák e a serenata (para a) prometida, que um amigo tocou sob as estrelas da Boémia.






Para o meu filhote João, que quando nos perguntámos: "...que concerto p/ violoncelo?", respondemos em uníssono: "O de Dvorák!" (...respostas que me pareceram adequadas na altura, ou não fosse o João filho de quem é: um descendente de familiares possuidores de algum temperamento eslavo... por parte da mãe 😊).

(E à lembrança da Prova de Aptidão Artística do 8º Grau de Violoncelo, na Escola de Música do Conservatório Nacional, que realizaste na passada 6ª Feira. A tua família sentiu-te naquele Bach, Shostakovich, Casals e Ginastera... os teus professores também (ou não fosse a música "uma coisa muito linda!") [24-7-2020])



[Também para ti, Abel Pereira, o avô que não conheci, neste Domingo do aniversário de má memória para todos aqueles que te amam.]






O compositor checo Antonin Dvorák (1841-1904) nasceria a 8 de Setembro de 1841, em Nelahozeves, na Boémia, e cedo mostraria interesse na música que abundava entre as paredes do negócio da família. O pai, Frantisek, o estalajadeiro/açougueiro da aldeia (... e músico amador), não aprovava o sonho de Antonín se tornar um músico de profissão, desejando por sua vez que o rebento desse continuidade ao negócio, atrás do balcão, contrariamente ao desejo do menino na profissionalização de actividades, atrás do pano. Ainda assim, Antonín iniciaria os seus estudos de música aos seis anos, na escola da aldeia, prosseguindo mais tarde em Praga (já com alguma aceitação parental...), cidade onde se tornaria num brilhante executante de violino, viola e órgão, sempre que a ocasião o exigisse e a procura do sustento o levasse.
E fôra essa mesma procura que o levaria a ocupar um lugar de professor no Conservatório de Música de Praga, e, mais tarde, o cargo de Director do Conservatório Nacional de Música de Nova Iorque durante três anos, entre 1892-1895, cidade Norte Americana onde escreveria o seu famoso concerto para violoncelo, a única obra que escreveria em 1895 e uma das sete que viria a compor naquele país.
O impulso que o levaria a escrever o concerto, teria sido provocado após a audição do amigo Victor Herbert na interpretação do seu próprio concerto para violoncelo nº 2, repleto de texturas fascinantes, num concerto dado em Brooklyn pela Filarmónica de Nova Iorque, em Março de 1894.
Antes dessa ocasião Dvorák consideraria o violoncelo como um instrumento de câmara ou puramente orquestral, e embora apreciasse o vasto e lírico registo médio, teria reservas para com as características nasaladas do registo agudo e a contrastante soturnidade das notas mais graves. Na realidade, e segundo as suas próprias palavras, ninguém mais do que ele se sentira mais surpreso quando se viu a iniciar o rascunho de um concerto para violoncelo, em Novembro desse ano. Por outro lado, o contributo da sua amizade com o violoncelista do Quarteto da Boémia (do qual também fazia parte), Hanus Wihan, um excelente músico que lhe teria já sugerido a composição dum concerto para o instrumento, fará, também, com que Dvorák complete o primeiro rascunho da obra a 9 de Fevereiro de 1895, auxiliado por Wihan na estruturação da parte solística.
A orquestra seria maior do que aquela que Dvorák teria usado nos seus anteriores concertos para violino e para piano, com três trombones (à semelhança do que teria notado no concerto de Herbert) e uma tuba, dando, desta forma, uma riqueza sem precedentes e profundidade de texturas no suporte e envolvência do violoncelo (facilmente reconhecível no acompanhamento do idílico andamento lento).
A obra dividir-se-ia nos tradicionais três andamentos. Um primeiro de melodias quentes, no clarinete e fagote ao início, depois na trompa, antes de passar para o violoncelo num registo mais agudo (...e supostamente mais nasalado).
No segundo andamento, identificamos alguns efeitos inspirados no andamento lento do concerto para violino de Brahms (seu amigo e defensor, a que se juntaria, por "simpatia", a amizade e protecção do crítico Eduard Hanslick, o que muito o beneficiaria... idêntica fortuna não terão tido outros, de características mais Wagnerobrucknerianas...), e uma mudança de humor que seguramente teria sido o reflexo da notícia da doença grave (...um coração frágil) de Josefina Cermáková, uma actriz de quem estivera anteriormente apaixonado, quando esta tinha 16 anos de idade, por altura das aulas de piano que lhe teria ministrado. Apesar da paixão e devoção demonstrados no ciclo de canções, "Ciprestes", que lhe terá oferecido, a rejeição de Josefina levaria o desconsolado Antonín a olhar para o lado, sendo, neste caso, o lado mais próximo o de Anna, a irmã mais nova de Josefina, com quem viria a casar (...fecha-se uma porta, abre-se uma janela...). Na realidade, o tema do violoncelo deste andamento, seria uma versão de uma dessas canções, aquela com o nome: "Deixa-me sozinho"...
O terceiro andamento começaria com uma introdução na trompa e nas madeiras, de preparação para o tema principal no violoncelo. Este andamento desenvolver-se-ia de forma muito original, até que surge o final, com o retorno a casa pelas notícias da morte de Josefina, em Maio de 1895, ao som da sua canção (... como uma memória à sua memória), até á finalização do concerto de forma concludente e confiante.
É conhecida a famosa reacção de Brahms, que depois de ter ouvido o concerto, teria comentado, irritado, que se tivesse percebido o que poderia ser feito com o registo médio do instrumento, teria, ele próprio, escrito um concerto para violoncelo também. Brahms não se apercebeu e a humanidade perdeu.
O concerto viria a estrear em Londres, a 19 de Março de 1896, pela Sociedade Filarmónica Real, direcção do compositor e com o violoncelista britânico Leo Stern, como solista. Na realidade, passariam três anos até que o dedicatário Wihan interpretasse o concerto, uma birra que terá durado todo esse tempo devido à recusa de Dvorák em acolher a cadência de 59 compassos de fogo de artifício técnico, bem como a quantidade considerável de outras modificações que Wihan desejaria introduzir, o que esbarraria, desta forma, com a música para Josefina, uma intromissão que não poderia ser permitida (... porque se dois era bom, três seria demais). A birra seria finalmente ultrapassada e a velha amizade entre os dois voltaria a ser o que era, contribuindo, para isso, a lembrança da tournée pelas 39 cidades da Morávia e da Boémia que teriam feito com o violinista Ferdinand Lachner, antes de Dvorák viajar para a América, interpretando o célebre "Rondó para o Professor Wihan" que Dvorák teria escrito em homenagem ao amigo, ou o arranjo de oito das suas "Danças Eslavas" para piano e violoncelo, ou aos "Bosques Silenciosos" para piano e violoncelo, a 5ª peça do ciclo de duetos "Das Florestas da Boémia", ou...
Todos esses "ous" fariam com que Hanus caísse, primeiro em si, e depois nos braços fraternos do amigo Antonín. No coração frágil de Josefina, o contrário é que não poderia ser...

Nuno Oliveira




"Concerto p/ violoncelo, em si menor, op. 104"


Extractos que proponho para audição: (ver também publicações nº 53 e 89)
  • Mstislav Rostropovich
  • Berliner Philharmoniker
  • Herbert von Karajan
  • Deutsche Grammophon, 447 413-2 GOR
"o belo": toda a obra (Insuperável desde 1968. Um registo para a eternidade a não perder!);
                I - violoncelo, tutti, (Intensidade, lirismo e um som glorioso dos músicos de Berlim, a
                    acompanhar um Rostropovich e um von Karajan insuperáveis!) [youtube]
                II - violoncelo, tutti (Lembranças idílicas de uma canção chamada Josefina...[youtube]
                III - violoncelo, tutti (No final, a memória de uma canção... para toda a vida.) [youtube]






  • Yo-Yo Ma
  • New York Philharmonic ou Berliner Philharmoniker
  • Kurt Masur ou Lorin Maazel
  • Sony, SK 67173 ou SK 42206
"o belo": (As interpretações magistrais da irmandade dos Más: MA, MAsur e MAazel.)
               Masur- I [youtube], II [youtube], III [youtube]
               Maazel- I [youtube], II [youtube], III [youtube]







  • Heinrich Schiff
  • Wiener Philharmoniker 
  • André Previn
  • Philips, 434 914-2 PH
"o belo": (A espontaneidade e frescura de Schiff, numa gravação a não perder também.)
                I [youtube], II [youtube], III [youtube]






  • Raphael Wallfisch
  • London Symphony Orchestra
  • Charles Mackerras
  • Chandos, CHAN 8662
"o belo": (Uma visão quente e excitante, maravilhosamente interpretada por Wallfisch.)
                I [youtube], II [youtube], III [youtube]






   
Outras sugestões:
  • Gregor Piatigorsky/Charles Munch/Boston Symphony Orchestra/RCA, 09026 61498 2, (O legado que Piatigorsky nos deixou em 1960, nos primórdios do stereo...), I [youtube], II [youtube], III [youtube] 




  • Jacqueline du Pré/Daniel Barenboim/Chicago Symphony Orchestra/EMI, CDC 5 55527 2, (... e a visão inspirada de du Pré, dez anos depois, em 1970...), I [youtube], II [youtube], III [youtube] 




  • Mischa Maisky/Leonard Bernstein/Israel Philharmonic Orchestra/Deutsche Grammophon, 427 347-2 GH, (... seguido do som luxuriante de Maisky dos anos 80...), I [youtube], II [youtube], III [youtube] 




  • Truls Mork/Mariss Jansons/Oslo Philharmonic Orchestra/Virgin, VC 7 59325 2, (... até à interpretação enérgica de Mork, já nos anos 90.), I [youtube], II [youtube], III [youtube] 




  • Anne Gastinel/Emmanuel Krivine/Orchestre National de Lyon/Auvidis Valois, V 4786, (A sensibilidade feminina para descobrir.), I [youtube], I-III [spotify], I-III [iTunes] 






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Antonín Dvorák (ao centro) com Hanus Wihan e Ferdinand Lachner [Praga, 1892]




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Parabéns para ti João!!!






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quarta-feira, 22 de julho de 2020


35. Rachmaninov: sinfonia nº 2 |

A Sinfonia nº 2 de Sergei Rachmaninov, e a excitação isostática de uma emoção genuína... tão natural como a sua sede de romantismo!






Ao Professor Américo Fernandes, que me ensinou o significado das palavras Música, Dedicação e Compromisso. Noções elementares para o professor, porque se confundiam consigo próprio, desafiantes para o aluno na infância dos anos 80, onde tudo eram estreias: a primeira lição de solfejo, o primeiro instrumento, a primeira farda, a primeira actuação e o consequente primeiro aplauso; o prometido prémio pela boa organização de cada um, ou não tivesse sido explicado que "Aquele que não chega cinco minutos antes da hora marcada não é organizado" (um dos princípios que comanda a minha vida desde então). Não nos chegámos a despedir... Talvez nos voltemos a encontrar (se Deus me der essa sorte).


(E à memória de uma noite no Coliseu de Lisboa, na companhia da 2ª de Rachmaninov, Antonio Pappano e da Orquestra Sinfónica de Londres [em 25-05-2005])






Apesar da instabilidade ocasional devido a alguma falta de bom senso financeiro do seu pai Vasily (que, em determinada proporção, viria a interferir nos seus níveis de confiança na infância), Sergei Rachmaninov (1873-1943) cresceria no ambiente tradicional de uma família da classe média Russa, começando cedo a aprender música e a aplicar o seu elevado talento, pelo que chamaria a atenção do professor de piano Nikolai Zverev, que o viria a admitir na sua classe do Conservatório de Moscovo, tinha Sergei 12 anos de idade.

Zverev tinha sempre três excelentes alunos em permanência, que eram sujeitos a uma disciplina de aprendizagem que se iniciava diariamente às 6:00, pelo que o professor desaprovava qualquer tempo que poderia ser despendido com outra coisa que não fosse a aprendizagem do piano, onde se incluiria, para o caso, a eventual aprendizagem da composição. No entanto, Sergei, na altura já um pianista considerável, dá por si com a crescente obsessão de escrever música em vez de apenas a interpretar, sendo que, encorajado pelo seu professor de harmonia, Anton Arensky, e recomendado por Tchaikovsky, inicia o estudo de contraponto com o famoso pedagogo russo da época, Sergei Taneyev.
A partir daí, Rachmaninov abandona a residência de Zverev e começa a morar com o seu tio Alexander Satin, que para além da residência moscovita, possuiria também uma grande casa de campo em Ivanovka, nas estepes asiáticas (local onde Sergei viria mais tarde a iniciar a composição da sua segunda sinfonia, aos 33 anos).
Rachmaninov lançar-se-ia a seguir numa carreira de pianista e compositor, com as maiores honras atribuídas pelo Conservatório de Moscovo, tendo sido inclusive agraciado com a raramente atribuída Medalha de Ouro da instituição. Com um contracto com a editora Gutheil na mão (ou melhor, no bolso!), publicaria aos 19 anos o seu famoso "Prelúdio em lá # menor" para piano, e aos 20 vê a sua obra de graduação do conservatório, a ópera Aleka, ser produzida pelo Teatro Bolshoi de Moscovo.
A vida do jovem Sergei parecia retirada de um conto de fadas... no entanto, o insucesso da sua primeira sinfonia, em 1897, provocar-lhe-ia uma longa depressão, o receio de compor e a cadeira do doutor Dahl (ver publicação nº 9), até que em 1900 escreve o seu concerto para piano nº 2, exorcizando, desta forma, certos medos interiores, e emergindo, assim, do abismo em que se encontraria por aquela altura.
Seguir-se-ia um período de maior tranquilidade e estabilidade emocional, com o casamento com a sua prima Natalia Satina (...a partilha residencial pode dar nestas coisas, como se sabe...), os filhos e a fama, não só como pianista e compositor, mas também como maestro. Em Novembro de 1906, o compositor muda-se com a família para Dresden no sentido de se distanciar da pressão politica e social russa, e, desta forma, devotar todo o tempo disponível à composição. E seria assim, que um perfeito desconhecido de Dresden, chamado Sergei Rachmaninov, completaria, nessa cidade, a sua segunda sinfonia em Abril de 1907 (tentativa distanciada cinco anos da anterior, a primeira de má memória e efeito evidentemente evitável), decorrente de uma prévia formulação das ideias musicais que teriam sido, porventura, inspiradas pelos ares do Verão de 1906, sentidos em Ivanovka, e pelo nascimento da sua segunda filha nesse mesmo local (pelos vistos extremamente fecundo...), em Agosto desse mesmo ano.
A vida musical na Dresden do inicio do séc. XX, era dominada pela Ópera Semper e pelas actividades do maestro Ernst von Schuch, um corajoso defensor de Richard Strauss (teria, aliás, estreado a sua opera Salomé em 1905), bem como pelos concertos da orquestra da Staatskappelle, que promoviam a música de jovens compositores como Max Reger. Esse facto e a realidade da oferta cultural de São Petersburgo e Viena (da pré-1º Guerra Mundial), acessíveis através de uma viagem de comboio onde as únicas barreiras de impedimento seriam as económicas, fariam com que a obra se estreasse em São Petersburgo a 26 de Janeiro de 1908, com a direcção do autor, e uma semana depois em Moscovo, cidade onde viria a vencer o Prémio Glinka (...e o preferencialmente desejado Prize Money de 1000 rublos, admito eu), batendo a obra que Scriabin teria levado a concurso: o seu vanguardista "Poema do Êxtase", que seria relegado para o segundo lugar (ou o primeiro dos últimos, como diriam alguns fervorosos de Rachmaninov, onde eu próprio, respeitosamente, me tento incluir). A sinfonia viria a ser dedicada a Taneyev e rapidamente publicada, pelo que Rachmaninov a levaria em digressão pela América, onde seria apresentada pela primeira vez pela Orquestra de Filadélfia, e a Inglaterra já em 1910.
Esta maravilhosa obra agremiaria a mestria polifónica (Arensky...), as melodias apelativas (Tchaikovksy...) e a destreza contrapontística (Taneyev...), através de um motivo do "destino" que impõe uma unicidade aos quatro andamentos tradicionais (um Largo sinuoso, um Scherzo enérgico-melódico luxuriante, um Adágio nocturnal no clarinete e um Allegro Vivace vigoroso-lírico-apoteótico), mas de forma mais subtil e nem sempre óbvia, ou como diria o musicólogo inglês John Culshaw: "...move-se através da sinfonia como um fantasma..." (...exuberante mas equilibrado, com as suas intermináveis frases líricas, e por fim optimista, conferindo uma inegável confiança a esta 2ª, semelhante à de uma 5ª... de Tchaikovsky... acrescentariam outros, mais hiperestáticos).
A música de Rachmaninov seria um dos alvos preferenciais da crítica tendenciosa, sendo muitas vezes apelidada de música demonstrativa de lamentos e pena própria, ou como diria Stravinsky com ironia (...vanguardista): "Seis palmos de melancolia Russa!". No entanto, não poderemos esquecer que esta música toca num nervo de cada geração que a encontra. Quando a emoção é genuína isso acontece... já com sentimentalismo será mais difícil (pelo que não deveremos confundir os dois). No fundo, "A música de um compositor deve expressar o país que o viu nascer, as suas histórias amorosas, a sua religião, os livros que o influenciaram, os quadros que gosta. Ela deve ser a soma total das experiências do compositor". Sergei disse-o e Rachmaninov fê-lo! Que mais lhe(s) podemos pedir!?... quando já temos as estrelas...

Nuno Oliveira 




"Sinfonia nº 2, em mi menor, op. 27"


Extractos que proponho para audição:
  • London Symphony Orchestra
  • André Previn
  • EMI, CDM 5 66982 2
"o belo": toda a obra (Música elegíaca, numa interpretação intemporal do mestre Previn e dos
                músicos londrinos, na Primavera de 1973. Vários o tentaram a partir do Verão, mas...
                Um disco que todos deveriam ouvir pelo menos uma vez na vida. Obrigatório para os
                melómanos!), com alguns destaques, identificados a seguir;
                I: tutti e trompas aos 0:00-3:43 (A procura de algo que não se conhece, mas que sem o
                qual não se consegue viver... Se "o belo" não é isto, então não sei o que será!) [youtube]
                II: trompas e tutti aos 0:00-2:02 (A expressão exponenciada do romantismo...) [youtube]
                III: clarinete e tutti aos 0:00-2:40 e 9:50-11:54 (Quando um coração dilacerado é o que
                cada nota tem para dizer no clarinete de Jack Brymer, isso é "o belo"!) [youtube]
                IV: trompas e tutti aos 0:00-0:54, 2:41-5:17 e 12:19-14:00 (... ao que parece, a procura
                acaba (?) aqui... em Hollywood Boulevard...) [youtube]





 
  • Concertgebouw Orchestra
  • Vladimir Ashkenazy
  • Decca, 400 081-2 DH
"o belo": (Paixão volátil e intensidade russa ao extremo, na visão do conterrâneo Ashkenazy,
                acompanhado pela maravilhosa orquestra que é a do Concertgebouw. A não perder.)
                I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube]





 
  • St Petersburg Philharmonic Orchestra
  • Mariss Jansons
  • EMI, CDC 5 55140 2
"o belo": (Interpretação quente, clímaces poderosos, forte impacto dramático... e as frases
                 fluidas do texto que o saudoso Mariss Jansons quis contar. A não perder também.)
                I [youtube] [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube]





 
  • Royal Philharmonic Orchestra
  • Andrew Litton
  • Virgin, VC 7 90831-2
"o belo": (A persuasão do rubato de Litton, na ternura e nos sentimentos românticos de todos
                os outros. O mais "o belo" (se isso é possível...) solo de clarinete do 3º and.! Delicioso.)
                I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube]


 


 
  • Orchestre de Paris
  • Semyon Bychkov
  • Philips, 432 101-2 PH
"o belo": (Extraordinário registo, repleto de tensão e romantismo. Cor e sensibilidade
                dos músicos parisienses em destaque, a compreensão e os detalhes eslavos do
                mestre Bychkov a descobrir. Uma escolha de eleição.)
                I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube]



 


  • Russian National Orchestra
  • Mikhail Pletnev
  • Deutsche Grammophon, 439 888-2 GH
"o belo": (Doses bem calculadas de luz e controlo, numa interpretação fresca e clarividente
                do mestre Pletnev com a sua magnífica orquestra russa.)
                I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube]


               



  • Kirov Orchestra, St Petersburg
  • Valery Gergiev
  • Philips, 438 864-2 PH
"o belo": (Uma visão mais directa da obra, onde o lirismo e a coerência se destacam.)
                I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube]





  
   
Outras sugestões:
  • Mariss Jansons/Philharmonia Orchestra/Chandos, CHAN 8520 (Som sumptuoso e Mariss Jansons.), I-IV [Spotify], I-IV [music.apple]



 
  • Tadaaki Otaka/BBC Welsh Symphony Orchestra/Nimbus, NI 5322 (Interpretação distinta do mestre japonês e da orquestra galesa.), I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube]



 
  • Simon Rattle/Los Angeles Philharmonic Orchestra/EMI, CDC 7 47062 2 (Uma visão nobre e paciente, com uma certa sedução no som distante.), I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube]




  • André Previn/Royal Philharmonic Orchestra/Telarc, CD-80113 (Uma boa tentativa, mas era difícil chegar lá como daquela vez...), I [youtube], II [youtube], III [youtube], IV [youtube]






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Sergei Rachmaninov [Londres, 1907]




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O Sr. Américo Fernandes: acima e destacado.

 



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quinta-feira, 9 de julho de 2020


34. Ravel: Daphnis e Chloé |

"Daphnis e Chloé", o nome de um sonho dentro de um sonho... que Maurice Ravel certa vez ousou sonhar...






Para os meus tios Manuel e Alcina (quis o destino que ele fosse irmão do meu pai, e ela irmã da minha mãe). Sem eles não teria sido possível viver a realidade algumas vezes difícil da infância, naquele imaginário de felicidade...

(...do sabor das torradas no leite ao fim da tarde, do cheiro a maresia da praia da Barra, do...)







O bailado Daphnis e Chloé, escrito pelo francês Maurice Ravel (1875-1937) a 5 de Abril de 1912 (data da conclusão da partitura), viria a ser o resultado da encomenda que Sergei Diaghilev, o famoso empresário e produtor artístico russo, lhe teria proposto, muito provavelmente durante a histórica primeira época dos icónicos Ballets Russes na Paris de 1909 (...e com ideias de tal forma originais que levariam três anos a ordenarem-se na mente do genial Maurice). Sergei Diaghilev, o visionário que nos primeiros anos do séc. XX, e antes da 1ª Guerra Mundial, tem a ideia genial de reunir as artes da música, da dança e do teatro em produções de bailado (...como a humanidade nunca mais viria a testemunhar, diria eu), já teria ficado impressionado com alguma da música do jovem Maurice, tendo-lhe dado instruções para que este trabalhasse com o brilhante coreógrafo, Mikhail Fokine, no tema da cultura grega que o mesmo ambicionava recriar há já algum tempo: a história de Daphnis e Chloé, um romance pastoral escrito por Longus, o poeta grego do séc. III.
Nesta obra, considerada muitas vezes como a mais rica e colorida partitura que terá composto (e a sua obra-prima, acrescento já agora), Ravel teria inicialmente as melhores intenções no que diz respeito às necessidades de palco requeridas por um nervoso coreógrafo e um ansioso produtor, ou não se encontrasse Diaghilev virtualmente na bancarrota, apesar do sucesso dos seus Ballets Russes representados em Paris no verão de 1908 (!?). Contudo, e à semelhança do que aconteceria também com outros grandes compositores no calor da criação (Stravinsky, Prokofiev, Debussy, ...), Ravel voaria, de igual modo, em direcção a novos horizontes, levando todos os outros a adaptarem-se o melhor que podiam (ou, eventualmente, queriam...). Na realidade, à "vasta sinfonia coreográfica em três partes... um grande fresco, mantendo menos duma antiguidade e mais de uma Grécia dos meus sonhos...", de Ravel, se identificariam, à partida, poucas semelhanças com a vontade de "recapturar a forma e a imagem das danças ancestrais gravadas a vermelho e negro nos vasos gregos...", de Fokine. Ora estas evidentes diferenças de aproximação à obra, provocariam alguma hesitação em Diaghilev, levando-o mesmo a ponderar cancelar todo o projecto após ter ouvido a versão para piano do bailado, interpretada pelo compositor. Felizmente essa intenção não teve consequências (pelo que fica perdoado esse teu pensamento Sergei!), uma vez que o desequilíbrio criativo (egos...), muitas vezes presente na construção de obras-primas imateriais (como é exemplo este Daphnis e Chloé), seria ultrapassado através dos necessários compromissos entre Maurice e Mikhail... embora transitando, de seguida, para o par Fokine-Nijinsky, a estrela da companhia e o primeiro Daphnis da história, logo após os primeiros ensaios (pois nada seria facilitado a Diaghilev... virtualmente falido... pois?!).
A expressão da dança na música de Ravel, se não fosse verdade teria que ser inevitável, ou não fosse o menino Maurice filho de mãe espanhola, do País Basco (...dum Bolero...) e de pai engenheiro, de ascendência Suíça (...dum movimento rítmico preciso...), e, ainda, sobrinho de um famoso decorador de interiores (...facto porventura revelador de um potencial ADN estético). No entanto, uma obra extrovertida como Daphnis e Chloé, só poderia ter sido escrita antes da 1ª Guerra Mundial: uma realidade que viria a devastar Ravel, um homem que se alista inúmeras vezes no exército francês, e se aproxima da morte na mesma proporção.
Este bailado, como diria Ravel no seu "Esboço Autobiográfico" de 1928 (... uma "impressão" do que teria vivido... comum naquela época), seria constituído por vários temas musicais que se integravam e desenvolviam através de um plano prévio bem definido, até culminarem na dança final que concluiria a obra. Nesse sentido, o autor usa (...eventualmente abusa) os recursos disponíveis numa grande orquestra, incluindo um volumoso naipe de percussão (... uma máquina de vento é utilizada em determinadas alturas), e um coro sem palavras (pois palavras para quê?... com tamanha sonoridade e movimento!), fora de cena.

A história de Daphnis e Chloé dividir-se-ia em três cenas e vinte e três quadros, sendo que alguns deles farão parte das duas suites de concerto que Ravel compilaria mais tarde. Na primeira cena, encontramo-nos num prado de árvores sagradas do deus Pan, numa tarde de Primavera [1]; rapazes e raparigas entram trazendo cestas de oferendas para o altar das ninfas de Pan, contando-se entre eles os apaixonados Daphnis e Chloé [2]; raparigas dançam à volta de Daphnis [3] e rapazes à volta de Chloé; entre eles está Dorcon, uma figura grotesca e rival de Daphnis, que tenta beijar Chloé [4]; Daphnis e Dorcon dançam pela conquista de um beijo de Chloé [5]; Dorcon dança de forma primitiva e grotesca [6] e a multidão prefere a graciosidade dos movimentos de Daphnis [7]; que é declarado vencedor, recebendo o tão desejado prémio: o febril beijo de Chloé... e o consequente estado de êxtase [8]; que acrescido da dança sensual da atraente Lyceion, uma jovem sua conhecida [9]; o impossibilita de resgatar Chloé do rapto que terá sofrido pelo grupo de piratas que entretanto entra em cena [10]; restando-lhe o consolo da recordação, materializado na sandália deixada por Chloé, e da oração às ninfas [11]; oração aparentemente satisfatória, no sentido em que três delas ganham vida, juntando-se ao desafortunado Daphnis na súplica pela segurança de Chloé junto ao altar de Pan [12]. A segunda cena é passada no barco dos piratas [13]; Chloé é trazida de mãos amarradas à presença de Bryaxis, o líder dos piratas, e, forçada a dançar, suplica pela libertação [14]; tenta escapar, mas é impedida [15]; até ao momento em que Sátiros mitológicos emissários de Pan (o objecto de recentes orações bem intencionadas), rodeiam os piratas, que fogem aterrorizados (deixando Chloé em liberdade) quando se veem a enfrentar o próprio deus Pan que, recordando-se do seu amor pela ninfa Syrinx, teria resolvido aparecer também [16]. Na Terceira cena final, encontramos Daphnis no prado sagrado inicial, prostrado, a lamentar a perda de Chloé, até que chega um grupo de jovens que o tentam animar, ajudar a despertar para um novo "amanhecer!" [17]; entretanto Chloé surge [18] e, como forma de agradecimento, os dois reencenam a história de Pan e Syrinx [19], a ninfa que, segundo a lenda, ter-se-ia evadido com sucesso da perseguição de Pan, que, a partir dos juncos quebrados do bosque de onde Syrinx teria desaparecido, criaria a flauta tradicional como prova do seu amor [20]. A pantomina concluir-se-ia com promessas de fidelidade de Daphnis junto ao altar de Pan [21]; seguindo-se a dança final [22]; num crescendo tumultuoso e selvagem, até à queda final de Chloé... nos braços de Daphnis (claro está!) [23].
O bailado viria a estrear a 8 de Junho de 1912, no Théâtre du Châtelet, em Paris, com Nijinsky e Karsavina nos papeis principais, cenários de Léon Bakst e Pierre Monteux na direcção. Uma difícil noite de estreia, sobretudo pela postura do corpo de ballet que, por não ter aparentemente compreendido a beleza e complexidade da partitura, optaria pela tradicional justificação da "música imprópria para a dança". Inicialmente teria sido assim, posteriormente já não. O que para Diaghilev fazia sentido artístico e financeiro (ou o exotismo da mistura da música francesa com a coreografia russa não fosse a abençoada receita para a regular entrada de capitais da "melhor" sociedade francesa), seria finalmente compreendido por Fokine (...um bolso assalariado) e Nijinsky (... um coração amado).
Equilíbrio restabelecido e sucesso atingido, o espectável quando a qualidade existe... como foi, é e será o caso real, deste Daphnis e Chloé... imaginário (?).

Nuno Oliveira




"Daphnis et Chloé"


Extractos que proponho para audição: (ver também publicação nº 78)
  • Choeur et Orchestre Symphonique de Montréal
  • Charles Dutoit
  • London, 400 055-2 LH
"o belo": Bailado completo [youtube]; toda a obra (Interpretação repleta de misticismo e
                uma sonoridade imbatível, num dos melhores registos do mestre Dutoit com a sua
                maravilhosa orquestra do Quebec Canadiano.), com alguns destaques, referidos
                a seguir: 
                [1-3]: tutti (O embalo dum sonho... e um minuto de irrequietação inocente...) [youtube]
                [4-5] [youtube]
                [6]: tutti, (Grotesco qb...) [youtube]
                [7-8]: tutti (Espiritualidade natural... e depois, a transcendental...) [youtube]
                [9-10] [youtube], [11] [youtube], [12] [youtube]
                [13-14]: tutti, (Festim numa agremiação corsária, com amoladores de espadas e outras
                personagens tribais à mistura!) [youtube]
                [15-16] [youtube]
                [17-18]: tutti, (Quando um amanhecer é poesia em forma de som, isso é "o belo"!)
                [youtube]
                [19-22] [youtube]
                [23]: tutti, (Alegres tumultos finais... e um tributo ao arraial Polovtsiano, talvez!?)
                [youtube]





 
  • Boston Symphony Orchestra, New England Conservatory Chorus
  • Charles Munch
  • RCA, 09026 61846 2
"o belo": Bailado completo (Interpretação electrizante pela referência que é Munch,
                em Boston no glorioso ano de 1955.)
                [1] [youtube], [2] [youtube], [3] [youtube], [4] [youtube], [5] [youtube],
                [6] [youtube], [7] [youtube], [8] [youtube], [9] [youtube], [10] [youtube],
                [11] [youtube], [12] [youtube], [13] [youtube], [14] [youtube], [15] [youtube],
                [16] [youtube], [17] [youtube], [18] [youtube], [19] [youtube], [20] [youtube],
                [21] [youtube], [22] [youtube], [23] [youtube]





  
  • City of Birmingham Symphony Orchestra and Chorus
  • Simon Rattle
  • EMI, CDC 7 54303 2
"o belo": Bailado completo (Expressividade e sensualidade na visão do mestre
                britânico. A não perder também.)
                [1-2] [youtube], [3-4] [youtube], [5-6] [youtube], [7] [youtube], [8-9] [youtube],
                [10] [youtube], [11] [youtube], [12-13] [youtube], [14-15] [youtube], [16] [youtube],
                [17] [youtube], [18-20] [youtube], [21-23] [youtube]






  • Ulster Orchestra, Belfast Philharmonic Society & Renaissance Singers
  • Yan Pascal Tortelier
  • Chandos, CHAN 9205
"o belo": Bailado completo (Sensibilidade e sonoridade colorida numa proposta dirigida
                 pelo maestro francês. Uma boa escolha.)
                [1-11] [youtube], [12-16] [youtube], [17-23] [youtube]






  • New York Philharmonic, Camerata Singers
  • Pierre Boulez
  • CBS, MK 33523
"o belo": Bailado completo (Interpretação brilhante do mestre Boulez num registo que
                dominou os anos 70. Distinção e carácter a ter em conta também.)
                [1] [youtube], [6] [youtube], [7-8] [youtube], [9-10] [youtube], [11] [youtube],
                [12] [youtube], [13] [youtube], [15-16] [youtube], [17-18] [youtube],
                [19-21] [youtube], [22-23] [youtube]





 
  • Cincinnati Symphony Orchestra
  • Paavo Järvi
  • Telarc, CD-80601
"o belo": Suite nº 2 (Música maravilhosamente interpretada por Järvi e som radiante
                a condizer. Um disco obrigatório para os melómanos de Ravel.)
                Suite nº 2: "Nascer do dia" [youtube], "Pantomina" [youtube], "Dança geral" [youtube]





 
  • Orchestre de Paris
  • Charles Munch
  • EMI, 7473562
"o belo": Suite nº 2 (O canto do cisne do mestre Charles Munch que viria a falecer um
                mês após esta gravação. Podemos perceber a expressividade musical do lar e a
                intensidade sonora como síntese da vida e da esperança no caminho que todos
                teremos que percorrer um dia. Divino e incontornável.)
                Suite nº 2"Nascer do dia" [youtube]"Pantomina" [youtube]"Dança geral" [youtube]





 
  • Cleveland Orchestra & Chorus
  • Christoph von Dohnányi
  • Teldec, 4509-97439-2
"o belo": Suite nº 2 (Sonoridade voluptuosa num dos mais sensuais Nasceres do Sol.
                Interpretação memorável da orquestra norte americana, com a qualidade
                sonora da gravação em destaque. Um registo no limiar do erotismo a não perder.)
                Suite nº 2"Nascer do dia" [youtube]"Pantomina" [allmusic]"Dança geral" [allmusic]






  • New York Philharmonic
  • Leonard Bernstein
  • CBS, MYK 42541
"o belo": Suite nº 2 (A sensualidade e o mistério como só Bernstein poderia oferecer.)
                Suite nº 2"Nascer do dia" [youtube]"Pantomina" [youtube]"Dança geral" [youtube]


 



  • Chicago Symphony Orchestra
  • Daniel Barenboim
  • Erato, 2292-45766-2
"o belo": Suite nº 2 (Misticismo nas madeiras e paixão nas cordas, numa interpretação
                convincente do mestre Barenboim e da sua orquestra norte-americana.)
                Suite nº 2"Nascer do dia - Pantomina - Dança geral" [youtube]






  • Concertgebouw Orchestra, Amsterdam
  • Bernard Haitink
  • Philips, 416 495-2 PH
"o belo": Suite nº 2 (Interpretação polida e refinada da orquestra de Amesterdão ao
                que se junta a direcção sedutora do mestre holandês. Uma boa opção.)
                Suite nº 2"Nascer do dia" [youtube]"Pantomina" [youtube]"Dança geral" [youtube]






  • Orchestre de la Suisse Romande, Choeur de la Radio Suisse Romande
  • Armin Jordan
  • Erato, 2292-45264-2
"o belo": Suites nº 1 e 2 (Visão clara e directa. Performance menos exuberante, mas
                adequada. O "Le Tombeau de Couperin" é simplesmente fabuloso.)
                Suite nº 1"Nocturne""Interlude""Dança guerreira" [youtube]





  
   
Outras sugestões:
  • James Levine/Wiener Philharmoniker/Deutsche Grammophon, 415 360-2 GH, Bailado completo (Extractos) [spotify]




  • Lorin Maazel/Wiener Philharmoniker/RCA, 82876-60868-2, Suite nº 1 ("Nocturno-Interlúdio-Dança Guerreira") [youtube]Suite nº 2 ("Nascer do dia-Pantomina-Dança geral") [youtube]




  • Daniel Barenboim/Orchestre de Paris/Deutsche Grammophon, 400 061 2-GH, Suite nº 2: "Nascer do dia" [youtube], "Pantomina" [youtube], "Dança geral" [youtube] 










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Maurice Ravel [Montfort-L'Amaury, 1928]




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"Quarteto com supervisão" [13-02-1999]




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